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Vendas do comércio no semestre têm maior queda desde 2003, diz IBGE

Última atualização 12 de agosto de 2015 - 11:05:18
Frente a junho do ano passado, a baixo do comércio foi de 2,7%.
O comércio viu suas vendas caírem durante cinco meses seguidos pela primeira vez desde o ano 2000, quando o comportamento do varejo começou a ser analisado. Em junho, o recuo sentido pelo setor foi de 0,4%, influenciado pela reduçÃo do crédito e dos salários.

Os números foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o varejo havia recuado 0,8% e na comparaçÃo com junho do ano passado, 2,7%.
Nos primeiros seis meses de 2015, o comércio acumula queda de 2,2%, a maior baixa para o período desde 2003, quando a baixa foi de 5,7%, interrompendo uma sequência de 11 anos de taxas positivas consecutivas. Em 12 meses, o índice tem recuo de 0,8%.
“Em 2003, tinha a situaçÃo de desemprego pior do que agora, crédito mais restrito do que agora e crise política que estava se ajustando. Agora, você tem uma crise mais interna. Tanto pelo lado da produçÃo quanto do consumo. Consumidores estÃo com baixa confiança, o que desestimula as vendas, principalmente de bens duráveis e alimentos, que têm reflexo direto com a renda”, analisou Isabela Nunes Pereira, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.
Em ambas as comparações, entre os ramos que mais sofreram com queda das vendas estÃo os de automóveis e de móveis e eletrodomésticos.
“No momento em que há crescimento da taxa de juros, elevaçÃo do credito… aquele grupo de vendas de bens de consumo duráveis, que envolvem valor mais alto e parcelas maiores, ressentem”, disse.
As vendas do setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, diminuíram 13,6% em relaçÃo ao ano passado, e exerceram a principal influência para o recuo do comércio em geral. De acordo com o IBGE, esse resultado é justificado “pelo menor ritmo de crescimento do crédito com recursos livres, além do comportamento da massa de rendimento médio real habitual dos ocupados”.
“Todas as atividades mostram melhora [queda menor] em comparaçÃo a maio, exceto hipermercado. Esse setor está ligado intimamente à renda, à massa salarial que vem caindo. A PME [Pesquisa Mensal de Emprego] mostra aumento desemprego, consequentemente, a massa salarial cai. Esse grupamento resiste a ter alguma variaçÃo, mas vem sucumbindo às quedas da renda consecutiva. Tem relaçÃo com a renda muito forte”, analisou a gerente. Na comparaçÃo com maio, as vendas desse segmento ficaram estáveis, mas frente a junho do ano passado, recuaram 2,6%.
12/08/2015 09h00 – Atualizado em 12/08/2015 10h52
Vendas do comércio no semestre têm maior queda desde 2003, diz IBGE
Na comparaçÃo de junho com maio, índice caiu pela quinta vez, a – 0,4%.
Frente a junho do ano passado, a baixo do comércio foi de 2,7%.
O comércio viu suas vendas caírem durante cinco meses seguidos pela primeira vez desde o ano 2000, quando o comportamento do varejo começou a ser analisado. Em junho, o recuo sentido pelo setor foi de 0,4%, influenciado pela reduçÃo do crédito e dos salários.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o varejo havia recuado 0,8% e na comparaçÃo com junho do ano passado, 2,7%.
Nos primeiros seis meses de 2015, o comércio acumula queda de 2,2%, a maior baixa para o período desde 2003, quando a baixa foi de 5,7%, interrompendo uma sequência de 11 anos de taxas positivas consecutivas. Em 12 meses, o índice tem recuo de 0,8%.
“Em 2003, tinha a situaçÃo de desemprego pior do que agora, crédito mais restrito do que agora e crise política que estava se ajustando. Agora, você tem uma crise mais interna. Tanto pelo lado da produçÃo quanto do consumo. Consumidores estÃo com baixa confiança, o que desestimula as vendas, principalmente de bens duráveis e alimentos, que têm reflexo direto com a renda”, analisou Isabela Nunes Pereira, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.
Em ambas as comparações, entre os ramos que mais sofreram com queda das vendas estÃo os de automóveis e de móveis e eletrodomésticos.
“No momento em que há crescimento da taxa de juros, elevaçÃo do credito… aquele grupo de vendas de bens de consumo duráveis, que envolvem valor mais alto e parcelas maiores, ressentem”, disse.
As vendas do setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, diminuíram 13,6% em relaçÃo ao ano passado, e exerceram a principal influência para o recuo do comércio em geral. De acordo com o IBGE, esse resultado é justificado “pelo menor ritmo de crescimento do crédito com recursos livres, além do comportamento da massa de rendimento médio real habitual dos ocupados”.
“Todas as atividades mostram melhora [queda menor] em comparaçÃo a maio, exceto hipermercado. Esse setor está ligado intimamente à renda, à massa salarial que vem caindo. A PME [Pesquisa Mensal de Emprego] mostra aumento desemprego, consequentemente, a massa salarial cai. Esse grupamento resiste a ter alguma variaçÃo, mas vem sucumbindo às quedas da renda consecutiva. Tem relaçÃo com a renda muito forte”, analisou a gerente. Na comparaçÃo com maio, as vendas desse segmento ficaram estáveis, mas frente a junho do ano passado, recuaram 2,6%.

De maio para junho
Nessa base de comparaçÃo, a maioria das atividades mostrou queda, com destaque para veículos e motos, partes e peças (-2,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicaçÃo (-1,5%); móveis e eletrodomésticos (-1,2%); tecidos, vestuário e calçados (-0,8%), além de combustíveis e lubrificantes (-0,6%).
Entre os poucos segmentos que viram suas vendas aumentarem estÃo artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%) e material de construçÃo (5,5%). “Esse crescimento de 5,5% [do material de construçÃo] nÃo muda a tendência negativa que o setor vem mostrando em termos de venda, já que interrompe sequência de cinco taxas negativas, acumulando perda de 9,4% nesse período [cinco meses anteriores]”, disse Isabela.
Espelho de 2014
Quando o IBGE compara os números de junho de 2015 com os do mesmo mês do ano passado, os resultados negativos também prevalecem. Bebidas e fumo, por exemplo, recuaram 2,7%, tecidos, vestuário e calçados, 4,6% e combustíveis e lubrificantes (-1,0%).

Na contramÃo, assim como registrado na análise mensal, cresceram as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicaçÃo (7,9%).
Depois das vendas de móveis e eletrodomésticos, o que mais caiu foi o resultado de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que mostrou recuo de 2,7%. “Esta atividade mantém alta correlaçÃo com a evoluçÃo da massa de salários, com desempenho negativo, além da influência da elevaçÃo dos preços da alimentaçÃo no domicílio”, afirma o IBGE, em nota.
No semestre
Na análise semestral, as principais influências negativas partiram de móveis e eletrodomésticos (-11,3%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,8%), “pressionados tanto pela reduçÃo e encarecimento da oferta de crédito, quanto pela da reduçÃo da massa real habitual de salários, observada ao longo do ano de 2015”.
Queda no Amapá
A maioria dos estados mostrou queda nas vendas, com destaque para Amapá (-10,2%); Paraíba (-9,0%); Alagoas (-8,0%); Goiás (-7,7%); e Amazonas (-7,6%).
Receita
Em junho, a receita nominal de vendas mostrou resultados positivos em todas as comparações, ao contrário do comportamento das vendas. Frente a maio de 2015, a alta foi de 0,8% e em relaçÃo a junho do ano passado, foi de 4,6%. Já no ano, a receita acumula avanço de 4,2% e, em 12 meses, de 5,5%.

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