Os registros de casos
de varíola do macaco não param de subir, e os dados sobre a doença geram muitas
dúvidas. Em entrevista ao ND+, a médica epidemiologista Ana Cristina Vidor,
gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, explicou que pessoas com
mais de 40 anos, vacinadas contra varíola, podem ter alguma proteção contra a
varíola do macaco.
“A monkeypox (nome em inglês para varíola do
macaco) é um vírus diferente, que não costuma infectar humanos, porém a vacina
contra varíola acaba tendo proteção cruzada. Antigamente, como todos tomavam,
acabavam ficando protegidos contra as duas infecções”, explicou Vidor.
A médica disse ainda
que, com a erradicação na década de 80, a população não se vacina há 40 anos.
Ou seja, a proteção cruzada desapareceu. O fenômeno, em sua avaliação, pode
facilitar a transmissão atual, mas isto ainda está sendo investigado.
A médica explicou ainda
que a doença já pode ser definida como epidemia.
Quando devemos vacinar?
Segundo Vidor, nada
está definido neste sentido. Isto porque não há indicação de vacinação em massa
no momento. A vacinação está prevista apenas para profissionais de saúde mais
expostos, como os que trabalham em laboratório ou no contato direto com pacientes
infectados com a varíola do macaco.
Conforme a OMS
(Organização Mundial de Saúde), os casos suspeitos devem ser imediatamente
isolados e notificados às autoridades para que ações de saúde pública possam
ser implementadas.
O que diz a OMS?
De acordo com o site da
OMS, estudos demonstraram eficácia de 85% da vacina à prevenção da varíola.
Assim, a vacinação prévia contra a doença pode resultar em uma infecção mais
leve.
Alguns funcionários de
laboratório ou profissionais de saúde podem ter recebido uma vacina mais
recente contra a varíola para protegê-los no caso de exposição ao orthopoxvirus
no local de trabalho.
O órgão mundial diz
ainda que uma vacina ainda mais recente baseada em um vírus “vaccinia atenuado
modificado” (cepa Ankara) foi aprovada para a prevenção da varíola dos macacos
em 2019. Esta é uma vacina de duas doses para a qual a disponibilidade
permanece limitada.
Estado já possui sala de situação
observando os casos
Um documento da SES
(Secretaria de Estado de Saúde) explica que a transmissão da doença entre
humanos ocorre principalmente por meio do contato pessoal com secreções
respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente
contaminados.
A erupção geralmente
desenvolve-se pelo rosto e depois espalha-se para outras partes do corpo,
incluindo os órgãos genitais. A erupção cutânea passa por diferentes estágios e
pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta,
que depois cai. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras
pessoas.
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