A ideia de ceder uma mercadoria em troca de outra é tão antiga quanto a humanidade. Mas a prática, que havia entrado em desuso, voltou à tona com uma nova roupagem em tempos de internet e redes sociais. No ar há menos de um mês, o grupo Troque Bem já reúne mais de 10,5 mil membros no Facebook e oferece trocas que incluem de carros usados a cachorros de raça. A página foi criada por Rafael Rückert, bombeiro voluntário e recepcionista de hotel em Balneário Camboriú e já faz tanto sucesso, que ele pensa em se dedicar exclusivamente às trocas.
Tudo começou quando Rückert resolveu trocar um violão por uma guitarra. Depois de procurar vários grupos de troca no Facebook, percebeu que, na maioria deles, as transações que predominavam eram as vendas.
– Criei o Troque Bem para ver o que iria acontecer. Mas não imaginava que fosse crescer tanto- diz.
Em duas semanas, o grupo já tinha mais de 6 mil pessoas, oferecendo todo tipo de mercadorias: jogos de videogame, óculos, pneus, livros e até sofás. Rückert é o moderador dos anúncios, mas não interfere nas trocas. A página proíbe vendas, oferecimento de mercadorias ilegais e conteúdo ofensivo.
O moderador não ganha nada com as trocas, mas vende propaganda para a página e está montando um site, que deve alavancar as trocas. Rückert diz que o negócio tomou tamanha proporção, que ele já considera a possibilidade de se dedicar às trocas em tempo integral ou contratar alguém para ajudar na moderação.
Responsabilidade social
Como as trocas não são controladas, não há estatística de quantas transações já deram certo. Mesmo assim, o esquema tem atraído pessoas como Fernando Jover, 46 anos, que oferece uma prancha de surf usada em troca de outra, para praticar stand up paddle. A troca ainda não ocorreu, mas ele dá uma espiadinha todos os dias nas postagens do grupo, para ver o que está sendo oferecido.
– Como o dinheiro está difícil, a moeda da vez é a permuta- diz.
Para Rückert, o esquema do Troque Bem vai além:
– Além de não se gastar dinheiro, é uma questão de responsabilidade social. Trabalhamos com produtos que não teriam valor expressivo de venda, mas que podem interessar a alguém.
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