A Terra Nova é uma instituição que atua nas áreas de assistência social; defesa, acolhimento, resgate da dignidade a crianças e adolescentes em ameaça e violação de direito; defesa, preservação e conservação do meio ambiente, além da promoção do desenvolvimento sustentável.
De acordo com o presidente da instituição, Elizeu João Johner, o trabalho da Terra Nova Sociedade Beneficente do Vale do Pirapocú (situada na saída da cidade de Mondaí em direção à Riqueza), teve início em 1965 quando um grupo de pessoas ligadas ao movimento missionário “Die Rufer”, da Alemanha, recebeu um convite da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil para fazer missões. Em 1968 aceitaram o chamado da 1ª Igreja Batista de Panambi e da 1ª Igreja Batista de Ijuí, para assumir o trabalho recém-aberto pela grande evangelização realizada em Mondaí.
A partir das visitas as famílias e dos estudos bíblicos nas comunidades começou o trabalho do Internato Feminino, que tinha como objetivo dar oportunidade para meninas adolescentes terem acesso ao ensino fundamental de 5ª a 8ª série. Assim foi criado o Centro de Aprendizagem, reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação, que oferecia condensado em dois anos, o ensino fundamental com pré-qualificação em agricultura ecológica para filhos de pequenos agricultores, bem como, o aconselhamento às famílias, atendimento em primeiros socorros por enfermeira na linha Pirapocú, além de retiros e jardim de Infância.
A instituição foi então fundada com o empenho dos missionários, a garra dos mondaienses que abraçaram a causa e graças aos recursos vindos da Alemanha.
De acordo com o coordenador do serviço de acolhimento da Terra Nova, Nei Fábio Dal Pias a atuação na área de assistência social é voltada ao acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco, de 0 a 18 anos incompletos. A capacidade é para 36 acolhimentos.
Nei Fábio explica que o Serviço de Acolhimento atende na forma de credenciamento de vagas, a comarca de Mondaí, que contempla os municípios de Mondaí, Iporã do Oeste e Riqueza, e a comarca de Itapiranga, que contempla os municípios de Itapiranga, São João do Oeste e Tunápolis. Além desses, ainda o município de Descanso.
Ele explica que a violação de direitos é o principal motivo de encaminhamento de crianças e adolescentes para o serviço de acolhimento. Os acolhimentos são feitos pelo Conselho Tutelar ou pela Justiça da Infância e Juventude. O coordenador comenta que a partir do acolhimento é realizado um trabalho entre a equipe da instituição com a equipe do município de origem dos acolhidos, visando o fortalecimento de vínculos entre o acolhido e a família, projetando um possível retorno ao núcleo familiar. Contudo, quando esse cenário não é favorável, através de reuniões e envios de relatórios, o Juiz da Infância e Juventude poderá entrar com processo de perda de poder familiar e consequentemente encaminhamento para adoção.
A instituição contempla também o projeto “Moradia em forma de República”, que garante moradia em caráter provisório para jovens que completaram 18 anos na Instituição de Acolhimento, que continuam com vínculo familiar rompido e que ainda não possuam condições de prover sua própria moradia.
O serviço de acolhimento conta com quatro mães sociais contratadas, que fazem o atendimento direto com os acolhidos, sendo que quatro residem com suas famílias em apartamento anexo ao apartamento dos acolhidos, e quatro mães sociais que fazem as substituições nas folgas das que residem na instituição. Para elas, é disponibilizado atendimento psicológico em grupo semestralmente, reuniões quinzenais com a coordenação, reuniões quinzenais com uma das técnicas, bem como outras atividades no sentido de cuidar de quem cuida. O serviço de acolhimento também conta com uma cozinheira, uma auxiliar de cozinha, uma lavandeira, uma faxineira, um encarregado de manutenção, uma cuidadora de saúde, um monitor de arte terapia, uma jardineira, além da equipe técnica composta por duas assistentes sociais, um psicólogo e uma pedagoga.
Os acolhidos frequentam as escolas do município, além de outras atividades oferecidas pela municipalidade. Os jovens a partir de 14 anos participam do programa Novos Caminhos, fomentado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que oferece cursos de profissionalização, e gradativamente são encaminhados para o mercado de trabalho.
A Terra Nova possui uma propriedade de 53.2 hectares. Nessa área está localizado o serviço de acolhimento, e é onde são realizados os trabalhos de proteção e preservação do meio ambiente, conforme o coordenador de proteção e preservação, Arno Adolfo Albrecht, o setor engloba a conscientização dos acolhidos e seus familiares, funcionários, suas famílias, associados, bem como, outras instituições, sobre a importância do consumo consciente, da proteção do Meio Ambiente e das consequências da ação humana sobre a natureza. Também conta com produção agroecológica de leite, verduras, frutas, erva mate, grãos e tubérculos. Além do coordenador, o setor conta com dois trabalhadores agrícolas, para exercer as atividades relatadas.
Na propriedade também é desenvolvido também o projeto Horto da Vida, realizado em parceria com a Pastoral da Saúde com o envolvimento de um grupo de voluntários, e tem o intuito de estudar, conhecer, resgatar, manipular e difundir o uso correto das plantas medicinais, possuindo atualmente mais de 200 espécies de plantas bioativas.
A instituição também possui painéis fotovoltaicos que garantem a produção da energia elétrica consumida, mostrando assim a preocupação com o ecossistema e com o uso consciente de energias renováveis, efetua a recolha de água da chuva numa cisterna com capacidade de 450.000m³ de água para fins de uso em banheiros, lavanderia, piscina e regas da horta e jardim, bem como, faz a separação de lixo para reciclagem (papel, papelão, vasilhames plásticos); Ainda nessa linha do meio ambiente, possui uma trilha ecológica que margeia o Rio Antas, frequentada por muitas instituições, tendo elas, a oportunidade de apreciar a exuberância da natureza. A maior parte da propriedade é cercada pelo Rio Antas, sendo que em 2011 foi realizado um projeto com o plantio de 2.500 árvores nativas na Área de Preservação Permanente, APP.
Fonte: Nei Fábio Dal Pias – Coordenador do Serviço de Acolhimento Terra Nova
Foto: Terra Nova
Instituição que atua com Serviço de Acolhimento e Proteção e Preservação do Meio Ambiente
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