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Terapia comportamental ajuda quem rói as unhas a largar o hábito

Última atualização 17 de outubro de 2012 - 13:53:50

O (feio) hábito de roer as unhas é chamado pelos médicos de onicofagia. Ele pode trazer sérias lesões não só às unhas, mas também para a área em volta delas, já que existem pessoas que roem a unha até sangrar. Porém, além do efeito estético, quem tem esse hábito pode afetar a saúde: aumenta significativamente o risco de contrair doenças por causa das bactérias que ficam na ponta dos dedos.

A psicóloga Heloísa Marcon afirma que a ansiedade é um dos motivos ligados ao problema.

— Não existe uma causa única de roer unhas, mas certamente ela está associada com a ansiedade — explica.

Segundo ela, é comum as pessoas não conseguirem expressar seus sentimentos e buscarem subterfúgios. Ela lembra que roer as unhas é algo que acontece em todas as idades e recomenda buscar atendimento psicológico para descobrir qual o motivo que levou a pessoa a adquirir o hábito.

Especialistas ressaltam que é comum que surjam diversos problemas de saúde, como ferimentos que servem de entrada para o vírus HPV (causador de verrugas na pele). Outras consequências são a ingestão de germes e a ocorrência de lesões em volta da pele, caracterizadas por inchaços, vermelhidão e aumento da sensibilidade.

Hábito pode causar transtornos graves

Ao contrário do que alguns pensam, quem tem o problema não corre risco de ter apendicite nem úlcera. Conforme o gastroenterologista Júlio Carlos Pereira Lima, essas afirmações não têm comprovação. O que pode acontecer é que pessoas que tenham o transtorno também desenvolvam paralelamente desconfortos gastrointestinais causados por fatores emocionais.

O hábito pode ser um distúrbio de comportamento, especificamente, um transtorno de controle de impulso, conforme explica o psiquiatra Cristiano Brum. Ele afirma que o transtorno é grave quando há o automatismo no quadro.

— A onicofagia é diagnosticada quando a pessoa rói as unhas a ponto de se ferir, de nunca deixá-las crescer e de fazer isso sem se dar conta, enquanto assiste televisão ou lê um livro — explica.

O poder da neurolinguística

Por se tratar de um comportamento de ordem emocional, um dos tratamentos indicados é a Programação Neurolinguística (PNL), que consiste em um método de aprendizagem sobre o funcionamento da mente humana e a percepção de como os modelos mentais incidem sob os comportamentos. Através dela, as pessoas trabalham o autocontrole e aprendem quais recursos emocionais e intelectuais são necessários para deixar de roer as unhas.

— Quando você muda ou atualiza o seu modelo mental, você muda comportamentos e atitudes. Quando comportamentos e atitudes mudam, a transformação e a melhoria de resultados são consequências naturais — afirma Marcos Moraes, diretor de uma escola que atua com foco na PNL.

Ele observa que na maioria dos casos de onicofagia nos quais a técnica é aplicada, as soluções são encontradas em uma ou duas sessões.

Saiba mais

:: Alterações nas unhas podem auxiliar no diagnóstico de várias doenças. A análise é realizada por exame visual, com a ajuda de lupa ou dermatoscópio, para avaliação mais profunda da lesão. De acordo com a dermatologista Márcia Grieco, pode-se identificar desde carência de vitaminas até doenças graves como cãncer e diabetes. Confira quais doenças podem ser diagnosticadas noblog do Vida.

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