Home “Talvez pudessem ter cumprido algumas das promessas feitas em campanha”

“Talvez pudessem ter cumprido algumas das promessas feitas em campanha”

Última atualização 16 de agosto de 2012 - 15:55:47

IPORÃ DO OESTE

O ex-prefeito de Iporã do Oeste, Ilton Vogt (PT), é o candidato na chapa de oposição “Juntos por Iporã”, formada ainda por PP e PR. Casado e pais de dois filhos, Ilton, 39 anos, tem no currículo um mandato como vereador e outro como prefeito. Em entrevista ao Gazeta Catarinense, o candidato afirmou que sua eleição representa a mudança nos rumos do município, com a implantação de uma gestão fundamentada no princípio da democracia e participação social.

Gazeta Catarinense – Primeiramente, por que o senhor acredita que merecer ser eleito prefeito de Iporã do Oeste?

Ilton Vogt – Desejo ser prefeito pelo projeto que eu represento. “Juntos por Iporã”, a coligação dos partidos do PT, PP e PR, traz consigo um projeto que representa o sonho do povo. Representa a mudança, a melhoria em todos os setores da administração pública. O que propomos é a realização deste sonho. A vontade política, a representatividade das nossas lideranças, somada a grandiosidade da cultura deste povo farão a diferença. Queremos implantar uma gestão fundamentada no princípio da democracia e participação social, difundindo valores, como a ética.

Gazeta Catarinense – Qual é a sua principal bandeira de campanha?

Ilton Vogt – A campanha eleitoral é um momento privilegiado pela interação e constante diálogo com a sociedade organizada. O nosso plano de governo está sendo enriquecido neste interagir. O espírito empreendedor do nosso comércio, da nossa indústria e prestação de serviços oportuniza o crescimento da economia, a geração de empregos e o desenvolvimento social. Alia-se a isso o fortalecimento da agricultura familiar que vem se organizando e se potencializando de forma sustentada. A gestão pública tem compromisso com esta realidade. Além disso, a saúde merece atenção especial. Falar em saúde é também falar em água potável e de qualidade para as pessoas que moram na cidade e no interior. Além disso, a educação, o esporte e lazer, a assistência social, tarefas inerentes à gestão pública, precisam ser aprimoradas.

Gazeta Catarinense – A saúde pública é um setor que sempre está aquém do ideal, indiferente do município em análise. Aqui em Iporã do Oeste, qual o diagnóstico que o senhor faz do setor e o que precisa ser melhorado?

Ilton Vogt – O maior problema do setor da saúde pública de Iporã do Oeste é a gestão. A falta de planejamento e organização e de profissionais médicos, aumenta a morosidade no atendimento à população, a insegurança que gera ansiedade e insatisfação, agravando ainda mais o estado de quem está com a saúde fragilizada. É preciso reorganizar a atenção básica, com foco na territorialização e mais profissionais médicos, com atendimento centralizado no acolhimento, cuidado, prevenção e promoção da saúde da população, com atenção sobre os fatores de risco. Ademais, precisamos de uma parceria constante com o Hospital Nossa Senhora das Mercês para melhorar o plantão médico e a prestação de serviços de média complexidade.

Gazeta Catarinense – A exemplo dos demais municípios da região, Iporã do Oeste tem sua economia voltada para o setor agrícola. Quais são suas proposta para este segmento?

Ilton Vogt – O setor da agricultura representa aproximadamente 80% do movimento econÔmico fiscal. Isto demonstra que este setor necessita de uma atenção especial. Um arranjo de programas específicos para o setor fará com que o mesmo se desenvolva cada vez mais. Implantaremos novos programas, como a patrulha agrícola mecanizada, programa de recuperação e abertura de estradas de roça, programa de águas comunitárias, programa de incentivo específico à produção de alimentos, programa de incentivo ao reflorestamento. Disponibilizaremos máquinas terceirizadas subsidiadas, com incentivos claros para todas as propriedades rurais. Precisamos de inúmeras ações articuladas e conjuntas, envolvendo sindicato, a Epagri, as cooperativas e associações. Devemos estancar o êxodo rural com um arranjo de incentivos articulados desde a produção, armazenamento, transporte e comercialização.

Gazeta Catarinense – Na sua visão, qual é hoje o setor com mais problemas na cidade e que necessita de uma ação rápida na próxima administração?

Ilton Vogt – Além dos problemas da saúde pública, há um crescimento visível da cidade. Planejá-la para o futuro, com organização, condicionando mobilidade, segurança e saneamento básico é imprescindível. A rede coletora de esgoto e sistema de tratamento passa a ser imprescindível. Precisamos criar toda infraestrutura para acompanhar este crescimento. Somado a isso, há a necessidade de um incentivo para a indústria, comércio e prestação de serviços para geração de mais e novos empregos.

Gazeta Catarinense – Faltando quatro meses para encerrar o mandato do prefeito Adélio Marx, qual o principal ponto positivo e qual o ponto negativo que o senhor analisa como político e cidadão?

Ilton Vogt – Acredito que a atual administração deu continuidade a diferentes programas e projetos já implantados em gestões anteriores dentro dos diferentes setores. A desestruturação da máquina administrativa, advinda pelos conflitos internos, interferiu na organização e no planejamento da gestão pública. Pelos recursos que a administração obteve durante este período, com ascensão crescente da receita e o aumento do movimento econÔmico registrado nos últimos anos, a atual administração poderia ter feito muito mais. Talvez pudessem ter cumprido algumas das promessas feitas em campanha eleitoral.

Gazeta Catarinense – Na questão de infraestrutura, quais suas propostas para ser eleito?

Ilton Vogt – Precisamos combinar os investimentos de forma sustentada entre o meio rural e a cidade. O rural carece de maior e melhor infraestrutura em estradas. A cidade necessita ações que vão de melhorias em drenagem, calçamento, asfaltamento, passeios, sinalização, iluminação e limpeza pública. Mas nada mais importante do que a cura do espaço subterrãneo. Seremos a ponte entre o município e o governo federal para captar recursos e resolver nosso problema de abastecimento de água, a implantação de uma rede de esgoto e seu devido tratamento.

Gazeta Catarinense – No Oeste, assim como em outras regiões, vem ocorrendo um fenÔmeno onde os municípios menores estão perdendo seus habitantes para cidades, maiores, consideradas cidades pólos. Quais suas políticas para combater esse problema e fazer com que os habitantes de Tunápolis permaneçam e invistam por aqui?

Ilton Vogt – Iporã do Oeste, pela sua localização geográfica, é um município privilegiado, pois centraliza um grupo de municípios desta região Oeste. O município poderá viabilizar a sustentabilidade através de um projeto de desenvolvimento econÔmico e social, articulado com a iniciativa privada e promover o crescimento local e regional, através da criação de indústrias e prestação de serviços regionalizados. Assim também nos diferentes serviços públicos, o município poderá servir de pólo para a região. Cabem aqui empreendimentos microrregionais, como Ifet, Caixa EconÔmica Federal, Agência do INSS e Samu. Assim estaríamos dando acesso aos serviços públicos de qualidade, beneficiando não só Iporã do Oeste como também os municípios circunvizinhos. Esta regionalização fomentará também investimentos na iniciativa privada. Será um projeto coletivo.

Gazeta Catarinense – O senhor concorre contra o atual prefeito. Isso ajuda ou atrapalha na corrida eleitoral?

Ilton Vogt – A máquina administrativa é pública, portanto os serviços públicos não podem ser interrompidos, nem mesmo em período eleitoral. Se o prefeito não usar a máquina para fins eleitorais, e sim, usá-la como preconiza a lei, sem favorecimentos extras, não atrapalha. Há quem diga que, se o prefeito fizer uso da sua condição e direcionar a máquina pública realizando serviços com propósitos e objetivos eleitorais, poderá influenciar no resultado da eleição. Mas prefiro acreditar na população, que lembrará e fará um balanço do que foi trabalhado nos três primeiros anos deste governo e fará a comparação com este último ano.

FRASES

“Há a necessidade de um incentivo para a indústria, comércio e prestação de serviços para geração de mais e novos empregos”.

“Queremos implantar uma gestão fundamentada no princípio da democracia e participação social”.

deixe seu comentário