A estiagem preocupa agricultores em Santa Catarina. O solo seco tem dificultado o desenvolvimento de várias lavouras. Até mesmo a produção de leite foi afetada.
O produtor Gelsemir Piaia plantou milho no fim de agosto, mas o retorno não foi o que ele esperava. “Eu arrisquei plantar na poeira. Tivemos 30 milímetros, não foi o suficiente pra germinar. Além disso, tivemos um ataque severo de lagartas, a falta de chuva proporciona o ataque de lagartas”, lamentou.
A expectativa era colher 180 sacas por hectare. Agora, com sorte, deve chegar a 160. O problema fica ainda mais claro em espaços entre uma planta e outra. Basta cavar um pouco para encontrar as sementes que não germinaram.
A falta de chuvas não afeta só o plantio do milho. “A gente estima na cultura do trigo aqui na região [Oeste] de 10% a 12% de perda que aconteceu em função dessa estiagem. O milho, por exemplo, aí sim nós temos uma perda um pouco maior, mas ainda é difícil de quantificar”, disse o engenheiro agrônomo Ferdinando Brustolin.
Ele recomenda cautela a quem ainda não plantou. “Semana que vem, a gente entra na semeadura de feijão, soja. Então tem que ter um pouco de cautela, esperar um pouco mais”, disse.
Leite
Outra produção prejudicada pela estiagem é a de leite, já que as pastagens estão secas. “Esse ano, nós tivemos frio tardio, as pastagens se apuraram, floresceram antes do tempo. Não fosse isso ainda essa escassez de água, então se desenvolveram pouco”, explicou o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Ivan Baldissera.
O produtor Leocir Ansiliero passou por essa dificuldade e no fim do mês deve sentir no bolso. As 42 vacas em lactação, por falta das pastagens, baixaram a produção de 1,2 mil litros para 900 litros diários.
“Solto uma hora no pasto, que seria praticamente oito horas de pastagem. Hoje só uma hora, para não deixar sem nada. Se não seria só na silagem. Estamos esperando uma boa chuva. Uma chuva minimiza tudo isso aí”, declarou o produtor.
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