O governador Carlos Moisés da Silva participou na tarde desta terça-feira (4) da sessão de abertura dos trabalhos legislativos na Assembleia Legislativa. Ele foi anunciado sob vaias dos servidores que lotaram as galerias da Casa em protesto contra a reforma da Previdência. Com pressão popular, a sessão terminou em menos de 15 minutos.
Moisés leu a tradicional mensagem do governador, que abre os trabalhos do ano legislativo. No discurso, falou sobre os bons números do governo, mas não mencionou o processo de impeachment, nem a reforma da Previdência, que tramita na Casa desde o ano passado por proposição do Executivo.
Coube ao presidente da Assembleia, deputado Julio Garcia (PSD), falar sobre a proposta. Ele teve o discurso interrompido mais de uma vez. Precisou parar a fala devido aos gritos de protesto das galerias. No discurso, garantiu que a reforma terá ampla discussão e que ouvirá os setores atingidos.
Impeachment
Após o encerramento da sessão, Garcia e Moisés concederam coletiva de imprensa na sala da presidência da Casa. De lá, o chefe do Executivo comentou o processo de impeachment. “Nós acreditamos no arquivamento pela Assembleia Legislativa desse pedido uma vez que a gente entende, primeiro, que não houve ato do governador nesse processo, nem da vice-governador. A gente entende que houve um cumprimento de uma ação judicial e acredito que já deva haver esse entendimento. Confiamos no Parlamento e nos órgãos no sentido do arquivamento”, disse Moisés.
Segundo Garcia, o pedido segue o rito da Casa. “Esse material todo está na Procuradoria da Assembleia, que está analisando. Após a análise da Procuradoria nós vamos nos manifestar. Ainda não tem data”, disse o deputado.
Vaias
Na coletiva, Moisés também falou sobre os protestos dos servidores. “Toda manifestação é legítima. Essa é a casa do povo. É importante que as pessoas venham para cá e expressem seus desejos. Os parlamentares também têm a função de receber essas informações e filtrar elas com muita responsabilidade”, disse. “Nós estamos reproduzindo uma reforma que deveria ter sido aprovada no âmbito federal pelos deputados e senadores […] Não se pode olvidar que nós temos um déficit de R$ 4 bilhões”, afirmou o governador.
Garcia disse que as vaias fazem parte do “exercício da democracia”. “Não votamos [o projeto] em dezembro exatamente para respeitar aquelas pessoas que podem ser atingidas pelo projeto. Nós vamos permitir que todos se manifestem, que todos possam dar opinião e, ao final, vamos definir com senso”, disse o presidente da Casa. “Acho que o momento requer responsabilidade, calma e cautela. Fazer o melhor para Santa Catarina”, concluiu.
O protesto reuniu mais de 300 pessoas, entre servidores da segurança pública, como agentes prisionais e policiais civis, da educação, e da saúde, entre outros.
Liderança
À imprensa, Moisés falou sobre a liderança do governo na Assembleia. Pelo combinado, era para o deputado Mauricio Eskudlark (PL) deixar o cargo, mas o Executivo negou o pedido do parlamentar.
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