A maioria das pessoas que são infectadas pelo novo coronavírus e passaram pela Covid-19 se recupera em algumas semanas. Mas alguns meses depois, mesmo entre aqueles que tiveram versões leves da doença, muitos continuam a lutar contra os sintomas após a recuperação inicial. O fenômeno é chamado de “Síndrome Pós-COVID-19”.
Idosos e pessoas com muitas condições médicas graves têm maior probabilidade de apresentar sintomas persistentes de COVID-19, mas mesmo as pessoas jovens e saudáveis podem sentir indisposição por semanas a meses após a infecção.
Os sinais e sintomas mais comuns que perduram ao longo do tempo incluem:
Os sinais e sintomas mais comuns que perduram ao longo do tempo incluem:
Embora os pulmões sejam definitivamente o primeiro órgão-alvo da infecção por SARS-CoV-2, evidências acumuladas indicam que o vírus pode se espalhar para muitos órgãos diferentes, incluindo o coração, vasos sanguíneos, rins, intestino e cérebro. Por esse motivo, uma abordagem multidisciplinar torna-se crucial para a avaliação e o acompanhamento dos pacientes com Covid-19.
Não se sabe por que a recuperação de algumas pessoas é prolongada. A presença persistente do vírus no sangue devido a uma resposta fraca ou ausente de anticorpos, recidiva ou reinfecção, reações inflamatórias e outras reações imunológicas, descondicionamento e fatores mentais, como estresse pós-traumático, podem contribuir. Sequelas respiratórias, musculoesqueléticas e neuropsiquiátricas de longo prazo foram descritas para outros coronavírus (SARS e MERS), e estas têm paralelos fisiopatológicos com Covid-19 pós-aguda. Ainda não temos evidências robustas para a recuperação de cada sintoma, mas a ciência já mostrou algumas técnicas e manejo clínico e nutricional que podem contribuir para a recuperação do organismo pós-infecção pelo Covid-19.
Vamos abordar algumas delas, como técnicas de respiração, retomada de exercícios físicos e nutrição para fortalecimento da imunidade.
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Técnicas de respiração
Cerca de 80% do trabalho respiratório é feito pelo diafragma. Após a doença ou o descondicionamento geral, o padrão respiratório pode ser alterado, com redução do movimento diafragmático e maior utilização dos músculos acessórios de pescoço e ombro. Isso resulta em respiração superficial, aumentando a fadiga e a falta de ar, e maior gasto de energia. Técnicas de “controle respiratório” visam normalizar os padrões respiratórios e aumentar a eficiência dos músculos respiratórios (incluindo o diafragma), resultando em menos gasto de energia, menos irritação das vias aéreas, fadiga reduzida e melhora da falta de ar.
Uma das técnicas usadas para o controle da respiração é a seguinte:
O paciente deve sentar-se em uma posição apoiada e inspirar e expirar lentamente, de preferência inspirando pelo nariz e expirando pela boca, enquanto relaxa o peito e os ombros e permite que a barriga se eleve;
Objetivo deve ser uma relação inspiração / expiração de 1:2 (ou seja, leve o dobro do tempo da inspiração na expiração: se inspirou por 5 segundos, expire por 10 segundos, por exemplo);
Essa técnica pode ser usada com frequência ao longo do dia, em intervalos de 5 a 10 minutos (ou mais, se for útil).
Diversas são as técnicas usadas como estratégias para controlar os padrões de respiração e falta de ar dos pacientes, mas requerem aconselhamento especializado para identificar qual é mais adequada para cada paciente. Yoga pode ser uma grande aliada para ajudar na respiração,
Retomada de exercícios físicos
Exercícios físicos moderados podem ser grandes aliados na recuperação. Todavia, é importante ressaltar que o retorno deve ser gradual e de preferência com acompanhamento de profissionais habilitados, tanto médico como profissional de educação física. Cada caso impõe recomendações diferentes.
Para pessoas com sintomas sanguíneos, é recomendado começar com exercícios de baixa intensidade e logo diminuir o sedentarismo, pois reduzirá os riscos de formação de coágulos sanguíneos.
Já aqueles que apresentaram sintomas respiratórios como pneumonia devem descansar por pelo menos uma semana após o desaparecimento total dos sintomas, retornando gradualmente à atividade física com ênfase no monitoramento da respiração.
Pessoas com sintomas cardíacos devem ser monitorados ainda mais de perto neste retorno à atividade física.
Algumas das orientações ao retorno de atividades físicas, baseadas em evidências científicas indiretas, são:
Sintomas muito leves: limite a atividade a caminhada lenta ou equivalente nos primeiros dias. Aumente os períodos de descanso se os sintomas piorarem. Evite treinamento de alta intensidade nas primeiras semanas.
Sintomas persistentes (como fadiga, tosse, falta de ar, febre): limite a atividade a 60% da frequência cardíaca máxima até duas a três semanas após a resolução dos sintomas.
Pacientes que necessitaram de oxigênio precisam de avaliação respiratória antes de retomar o exercício.
Pacientes que tiveram envolvimento cardíaco precisam de avaliação cardíaca antes de retomar.
É muito importante ouvir o seu corpo e ter uma retomada de exercícios físicos mais lenta e gradual. Mas lembre-se que no tempo ideal, é fundamental o seu retorno!
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