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Secretária esclarece informações sobre venda de enciclopédias

Última atualização 31 de outubro de 2014 - 08:30:25

Agricultores de Descanso adquiram livros de representantes comerciais de São Paulo, que usaram desses argumentos para vender enciclopédias

Várias famílias do interior do município de Descanso adquiriram nos últimos dias materiais de complemento escolar como enciclopédias e outros livros vendidos por representantes comerciais de São Paulo. Porém, a abordagem dos vendedores tem gerado desconfiança. A reportagem do Gazeta Catarinense conservou com o agricultor, Jenecir Lui, residente em Linha Gaúcha, que comprou o material para os dois filhos ao valor de aproximadamente R$ 1.200,00.

O agricultor diz que só comprou o material porque os representantes comerciais teriam afirmado a ele que as escolas não iriam mais aceitar trabalhos de aula com pesquisas de internet e que também não seria mais permitido trabalho em grupo, que cada alunos deveria ter o seu material para pesquisar. Além disso, o preço de R$ 3.800,00 seria reduzido para R$ 1.480,00 (valor ainda negociável) e as edições do material eram limitadas, que não poderiam perder a oportunidade.

Lui adquiriu o material no início do mês e o recebeu na hora da compra. Ele acrescenta que o material parece bom, mas afirma que se sente enganado com os argumentos apresentados na hora da venda. “Não pelo material, mas pelo que me falaram”, comenta.

Outro morador de linha Gaúcha, Gelson Previdi, relatou à reportagem que não comprou o material por estranhar os argumentos utilizados pelos representantes comerciais, um homem e uma mulher. “Primeiro disseram que faziam uma pesquisa. Depois ofereceram o material dizendo que não seriam mais aceitos trabalhos escritos no computador, nem pesquisas de internet. Achei estranho e não comprei, mas só aqui na comunidade, que tem umas 40 famílias, foram feitas umas nove vendas”, relata.

Conforme a secretária de Educação de Descanso, Jacinta Oro, não há problemas em comprar materiais complementares para o estudo dos filhos, mas não é admissível que vendas sejam feitas sob os argumentos apresentados. Segundo Jacinta, além de ser permitido pesquisas na internet e trabalhos em grupo, há os livros fornecidos pelas próprias escolas que auxiliam no aprendizado.

Jacinta informou ainda que os representantes comerciais retiraram alvará na Prefeitura. A reportagem do Jornal Gazeta Catarinense entrou em contato com a editora de São Paulo. Segundo o responsável pela área comercial, Nelson de Freitas, a editora funciona como distribuidora, pois vende o material que é comercializado por terceiros. Ele alega que não há como conferir de que forma os representantes vendem. Disse ainda que a empresa daria atenção para o caso e condenou que a comercialização seja feita através de informações falsas.


Fiscal do Procon diz que consumidores podem procurar a polícia

No município de Descanso não há Departamento Estadual de Defesa do Consumidor (Procon). A reportagem do Jornal Gazeta Catarinense conversou com a fiscal do Procon de São Miguel do Oeste, Ivete de Ramos. Ela disse que, se as informações repassadas pelos consumidores forem verdadeiras, podem procurar a polícia e registrar um boletim de ocorrência. A fiscal acrescenta que, por ser uma venda a domicilio, o consumidor que comprar e se sentir lesado poderá reaver o dinheiro em até sete dias, mediante a devolução do produto.

Ivete acrescenta que se a compra tiver sido efetivada a mais de 15 dias, os consumidores que se sentirem lesados, além de procurar a polícia, podem procurar o Tribunal de Pequenas Causas, junto ao Fórum de Descanso, e fazer uma representação, sem custos, pelo cancelamento do contrato. “Dependendo do caso, tem o agravante de ser pessoa idosa, da falta de escolaridade e pode também ter o agravante da propaganda e divulgação enganosa, numa forma de obrigação de consumir. Isso é bem grave. Dentro dessas alegações, já caberia o cancelamento de contrato”, explica.

De acordo com a fiscal, sempre que surgirem vendedores de regiões distantes, antes da compra o consumidor deve procurar orientação com outras pessoas da família ou conhecidos para conferir se a oferta não é enganosa. “Mais de uma ou duas pessoas já mais difícil de enganar”, comenta.


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