Todas as regiões de Santa Catarina registraram chuvas abaixo
da média histórica na primeira quinzena de fevereiro.
Isso é o que apontam os dados divulgados pelo Boletim
Hidrometeorológico Integrado lançado na última sexta-feira, 18, pela Secretaria
Executiva do Meio Ambiente (Sema), integrada à Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), e pela Defesa Civil de Santa
Catarina (DCSC).
De maneira geral, nos primeiros 16 dias de fevereiro, dos
Planaltos ao Litoral, os volumes de chuva variaram de 20 a 60 mm, enquanto na
porção Oeste a variação foi de 40 a 80 mm.
Pontualmente, no Extremo Oeste e Sul do Litoral Sul os
acumulados de precipitação foram superiores a 80 mm. Esses volumes são inferiores
à média climatológica.
As maiores anomalias negativas da chuva, ou seja, as maiores
diferenças entre a média esperada e o volume registrado, ocorreram em alguns
pontos da faixa litorânea: entre o Litoral Sul e Planalto Sul e entre o Litoral
Norte e o Planalto Norte.
A diferença entre a média climatológica e o volume
registrado no período ficou em torno de 220 a 260 mm nessas áreas.
Na faixa leste do estado (Litoral Norte, Baixo e Médio Vale
do Itajaí, Grande Florianópolis e parte do Litoral Sul) as anomalias negativas
ficaram entre 140 a 180 mm. Já na porção do Oeste aos Planaltos, as anomalias
negativas ficaram entre 20 a 100 mm.
Índice Integrado de Seca
Entre os dados divulgados pelo Boletim Hidrometeorológico
também está a classificação da estiagem que atinge o estado de acordo com o Índice
Integrado de Seca (IIS), que leva em consideração tanto as condições dos rios,
a água disponível no solo e o efeito da falta de chuva na vegetação.
De acordo com as informações relativas a 14 de fevereiro,
dos 295 municípios do Estado, apenas um se encontrava em Condição Normal diante
da estiagem, 13 estavam na área de Seca Fraca, 90 em Seca Moderada, 158 em Seca
Severa e 33 em Seca Extrema.
Destes últimos, 32 estão na região Oeste que, apesar de ter
registrado chuva na primeira quinzena de fevereiro, ainda segue com registro de
efeitos negativos da falta de chuva acumulada ao longo dos últimos meses.
Essa ampliação da área atingida por estiagem, em Santa
Catarina, já havia sido apontada no mapa do Monitor de Secas referente ao mês
de janeiro, publicado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana),
em colaboração com vários estados, na última quinta-feira, 17 (confira AQUI).
Abastecimento urbano
Em relação ao abastecimento urbano, 259 municípios
atualizaram as informações junto às agências reguladoras nos últimos dias.
Desses, 157 estão com o abastecimento urbano em situação
normal, 75 em atenção, nove em alerta e 18 em situação crítica (quase todos no
Oeste). Esses números representam um acréscimo nos municípios em atenção e em
estado crítico, e uma redução naqueles em alerta.
Na última edição do Boletim, referente a 4 de fevereiro, 267
cidades haviam informado as condições do abastecimento urbano, desses, 168
estavam em situação normal, 70 em atenção, 14 em alerta e 15 em situação
crítica.
Conforme o presidente da Agência de Regulação de Serviços
Públicos de Santa Catarina (Aresc), João Carlos Grand, os fortes impactos
causados pela estiagem hidrológica que permanecem no Estado aumentam a
preocupação, em especial, com as regiões mais afetadas.
“Por isso, o monitoramento da situação do abastecimento
público pelas agências de regulação continua a ser concentrado nas ações de
mitigação dos prestadores e municípios, visando a continuidade desse serviço
público que é primordial para a população catarinense. É fundamental que a
população adote medidas de uso racional e consciente da água para reduzir os
impactos da estiagem”, afirma.
Ações do Estado
O secretário executivo do Meio Ambiente de Santa Catarina,
Leonardo Porto Ferreira, explica que dada a condição hídrica, os órgãos
envolvidos na gestão da água intensificaram o monitoramento.
Ele também pontua que as regiões mais afetadas pela
estiagem, que se estende desde 2019 em algumas áreas do estado, estão sendo o
foco de ações emergenciais por meio de diferentes órgãos estaduais.
“O governo do Estado está com ações em implementação por
meio dos programas Reconstrói SC, SC Mais Solo e Água, além de diversas medidas
que são contínuas, como o apoio aos Comitês de Gerenciamento das Bacias
Hidrográficas e o apoio para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos para
todas as bacias Hidrográficas do Estado”, lembrou.
Previsão
A previsão para o período de 18 a 25 de fevereiro é de
registro de chuva associada, principalmente, ao calor e à umidade disponível.
Por isso, tende a ficar mais concentrada do Centro ao Leste do Estado. Para o
Oeste, Meio-Oeste e Extremo Oeste a chuva ocorre de maneira mais isolada e com
menores volumes.
Já para o período entre os dias 26 de fevereiro e 5 de
março, há indicativo de mudança no padrão de chuva no estado, que passa a
correr de forma mais ampla, o que deve se refletir em volumes mais
significativos para todas as regiões catarinenses.
A previsão para o trimestre entre fevereiro e abril de 2022,
de uma forma geral, é de que a chuva fique abaixo da média em Santa Catarina. É
importante ressaltar a necessidade do acompanhamento das atualizações semanais
devido às incertezas inerentes a previsões que ultrapassam três dias.
Boletim
O Boletim Hidrometeorológico Integrado é uma publicação
online periódica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico
Sustentável (SDE) e da Defesa Civil de Santa Catarina (DC/SC), com a finalidade
de compartilhar informações das condições hidrológicas dos rios catarinenses,
bem como os impactos no abastecimento dos municípios.
Colaboram com a sua elaboração as agências reguladoras e
consórcios intermunicipais de diferentes regiões catarinenses.
deixe seu comentário