Com o número de casos de Gripe A estabilizado, Santa Catarina começa a discutir ações para prevenir surtos nos próximos anos. A meta é evitar não apenas a proliferação do H1N1, mas de todo tipo de doença respiratória.
No relatório mais recente divulgado ontem pela Diretoria de Vigilãncia Epidemiológica (Dive) — com informações até o dia 6 —, o Estado registrou 757 casos de Gripe A por H1N1 de maio a julho, contabilizando 76 mortes. Desde janeiro, outros 1.828 foram causados por outros agentes. Destes, 112 doentes morreram.
Segundo o diretor da Vigilãncia Epidemiológica, Fabio Gaudenzi de Faria, as medidas em debate serão aplicadas também no Rio Grande do Sul e Paraná. Os estados terão reuniões em conjunto com o Ministério da Saúde. A primeira delas está prevista para ocorrer entre segunda ou terça-feira da próxima semana em Florianópolis.
De acordo com Gaudenzi, não é possível prever se o quadro de casos de Gripe A deve se repetir em 2013. Entretanto, pelo Sul ser a região mais fria do país — consequentemente, mais vulnerável a doenças respiratórias —, precisa ser mais incisiva na prevenção.
— É preciso reduzir doenças graves. A Gripe A repercute mais e expõe a fragilidade do Estado, mas há vários tipos de doenças respiratórias que merecem atenção. O objetivo é implementar em Santa Catarina um projeto eficaz de prevenção para ser usado nos próximos anos — explica o diretor da Vigilãncia Epidemiológica no Estado.
Redução do número de consultas em postos de saúde pode ser uma das ações
Entre as sugestões a serem discutidas, está, por exemplo, a redução de consultas agendadas nas unidades de saúde durante o inverno. Com isso, o atendimento a emergências tem prioridade nos postos. Outra ideia é que o Estado também contribua com recursos para serem usados em internações pelos municípios.
Segundo Gadenzi, as ações devem se tornar rotina indispensável durante o inverno para evitar doenças respiratórias agudas provocadas por qualquer tipo de vírus em todo o Estado. Além disso, é importante que a população continue aplicando as medidas de higiene que contribuem para evitar a proliferação do vírus como, por exemplo, lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel.
Perfil dos casos não mudou nos últimos dias
O número de casos de Gripe A por H1N1 registrados desde o final de agosto não mudou o perfil dos infectados este ano: a maioria dos casos foram de mulheres (52%) e com idade entre 50 e 59 anos (18%). A maior taxa de mortalidade (por 10 mil habitantes) foi registrada nos municípios de Videira (0,38), Tubarão (0,26), Blumenau (0,22) e Rio do Sul (0,22).
As duas últimas mortes confirmadas aconteceram em maio e julho, um dos meses com maior incidência. A mais recente foi a de uma mulher de 48 anos em Maravilha e outra de um homem de 39 anos em Otacílio Costa.
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