Em Santa Catarina haverá mais estrangeiros do que brasileiros atuando pelo Mais Médicos, do governo federal. É o que aponta a lista definitiva da primeira seleção do programa. No total, serão 63 profissionais para atender pacientes de 35 cidades— 34 deles graduados fora do país, principalmente Argentina e Espanha. A previsão é de que os médicos do exterior estejam aptos para as consultas a partir da segunda quinzena de setembro.
Dos estrangeiros, 70,4% escolheram os municípios da faixa litorãnea do Estado— enquanto que apenas 20,6% prestará atendimento em municípios do Oeste, Extremo-Oeste e regiões do Planalto. Entre os profissionais brasileiros também selecionados pelo Mais Médicos, a diferença é ainda maior: 86% optaram por trabalhar na área mais próxima do litoral.
—Temos duas constatações óbvias: esse programa não tem vínculo trabalhista, o que explica o desinteresse dos médicos brasileiros, e a faixa litorãnea é a que tem mais estrutura, os profissionais não querem ir para lugares onde não há estrutura— analisa Cyro Soncini, presidente do Sindicato Médicos de Santa Catarina (Simesc).
A lista divulgada nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde deixou de fora quatro municípios que haviam sido incluídos no programa na pré-divulgação. Todos localizados no Extremo-Oeste (Dionísio Cerqueira, Paraíso, Princesa e Tunápolis), que receberiam como reforço um médico cada.
Em números gerais, de todo o país, serão 1.618 médicos contratados para atuar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). O grupo contempla 1.096 profissionais que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. A estimativa é de que consigam dar conta de uma demanda de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além de Santa Catarina, outros seis Estados também atraíram mais profissionais estrangeiros do que brasileiros: Acre, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo.
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