Santa Catarina irá receber mais 100 mil doses da vacina contra a gripe A. A informação é do secretário estadual da Saúde, Dalmo de Oliveira. A nova remessa – a segunda de 100 mil doses – deve chegar na próxima semana.
Apesar de o último relatório divulgado ontem pela Diretoria de Vigilãncia Epidemiológica (Dive) apontar que Santa Catarina continua liderando no país com o maior número de casos de gripe A este ano (veja quadro), o secretário fez questão de ressaltar uma queda no número de casos.
Em julho, do primeiro para o segundo relatório houve um aumento de cerca de 100 casos. Do segundo para o terceiro, em torno de 50. Santa Catarina já registra 685 internações pela doença.
Segundo o diretor da Dive, Fábio Gaudenzi, esta queda no número de casos se deve a um repasse mais qualificado das informações por parte das unidades de saúde:
—Chega pra gente menos registro de casos porque eles estão sendo melhor analisados para que se tenha certeza que se trata da gripe A.
O último relatório mostrou, também, mais 10 mortes por causa do vírus H1N1, totalizando 62 desde 5 de maio, quando foi confirmado a primeira morte. As vítimas foram oito mulheres com idades entre 33 e 83 anos e dois homens de 38 e 63 anos.
Com exceção de um caso, as vítimas já apresentavam algum tipo de problema de saúde como obesidade, pressão arterial alta e doenças pulmonares.
Novas doses destinadas ao grupo de risco
O número é alarmante, mas segundo Gaudenzi, também tem uma explicação.
—Como os relatórios são semanais, a impressão é de que em uma semana, 10 pessoas morreram, mas há mortes de períodos anteriores que só foram confirmadas agora.
Sobre as novas doses da vacina, o diretor da Dive ressaltou que o material será voltado para o grupo de risco.
—Não muda nada. Das últimas 10 mortes, nove tinham doenças crÔnicas. São essas pessoas que precisam da vacina— afirmou.
Na última semana, a Dive apontou que, entre 28 vítimas de gripe A no Estado, metade teve tratamento tardio. O levantamento sinalizou que 50% dos pacientes em questão tomaram o antiviral Oseltamivir (Tamiflu) mais de cinco dias após o início dos sintomas.
Gaudenzi explicou que não houve uma mudança nos procedimentos para que isso não acontecesse mais, mas sim um reforço na orientação de que o protocolo de atendimento seja cumprido.
—Há uma resistência tanto por parte do paciente que não procura o médico quando está apenas com sintoma de gripe, assim como de alguns médicos que não dão o devido valor a esses sintomas. Temos que rever isso.
No país já são 159 óbitos este ano
Este ano, em todo o país, dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que 159 pessoas morreram em decorrência do H1N1. Em São Paulo, foram registradas 170 internações e 24 mortes, 61% a menos do que Santa Catarina.
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