Roberta Sudbrack, chef do restaurante que leva seu nome, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, foi eleita a melhor chef mulher da América Latina pelo júri do prêmio Veuve Clicquot. O prêmio faz parte do “The World’s 50 Best Restaurants”, premiaçÃo da revista britânica “Restaurant” que todo ano elege os 50 melhores restaurantes do mundo. Mais de 250 personalidades da gastronomia e da indústria de alimentos participam da votaçÃo. Roberta receberá o prêmio na cerimônia oficial do 50 Best América Latina, em 23 de setembro, na Cidade do México. O prêmio nÃo divulgou o nome das concorrentes.
Em 2014, a mexicana Elena Reygadas, do restaurante Rosetta, foi quem recebeu o prêmio. Em 2013, outra brasileira, Helena Rizzo, do Maní, foi a eleita. Ela depois foi escolhida na premiaçÃo internacional a melhor chef mulher do mundo.
A premiaçÃo da revista “Restaurant”, além de escolher os 50 melhores restaurantes do mundo, tem na seçÃo América Latina ainda o prêmio Cacao Barry de melhor doceiro; o Veuve Clicquot para a melhor chef mulher; o Diner's Club de conjunto da obra, em premiou em 2014 o chef brasileiro Alex Atal – ainda nÃo houve premiaçÃo na categoria em 2015; o Chef's Cgoice, da Telefónica; entre outros.
Com 20 anos de cozinha, iniciados empurrando uma carrocinha de cachorro-quente em Brasília, Roberta, em seu restaurante, oferece uma cozinha brasileira moderna, mas conectada com as raízes da cultura dos interiores por onde já andou. E, como ela diz, artesanal, “feita com mÃos, inteligência e ingrediente, sem máquinas ou interferências”.
“Acima de tudo considero nÃo um prêmio pessoal, mas da gastronomia brasileira, é um prêmio para todos cozinheiros e cozinheiras, até aqueles de quem a gente nunca ouviu falar. Aqueles que, quando a gente vai numa cidadezinha interior, oferecem uma comida bem feita, um arroz soltinho, uma carne bem assada. As cozinheiras de forno e fogÃo, que sÃo a minha grande inspiraçÃo, que fizeram e fazem a história da cozinha brasileira, que mexem tachos de doce com uma maestria que me deixa assombrada. É uma conquista de uma geraçÃo de que faço parte, que plantou essa semente há muito tempo. Esse é um fruto que nem preciso dividir, já fica claro que é de todos”, disse ela sobre a premiaçÃo.
Para ela, a gastronomia brasileira, “por mais moderna que seja, como é a minha”, nÃo pode se desconectar dessa tradiçÃo. Ela conta que o caminho que escolhe é sempre o mais longo e mais verdadeiro.
“Gosto das vicinais porque vou passando pelos povoados, vou sentido gostinho da comida caseira, vou aprendendo a cultura local através do cheiro. Fiz minha cozinha com muita naturalidade remando contra maré. Um caminho longo, menos óbvio, mas o reconhecimento tem a ver com essa verdade que a gente prega há tantos anos. Sem desviar o caminho, a riqueza da cozinha brasileira mostrou ao mundo esse trabalho consistente”, afirmou.
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