O medicamento
Risdiplam, usado no tratamento da AME (atrofia muscular espinhal), será
incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), anunciou o Ministério da Saúde
nesta segunda-feira. O remédio pode custar até R$ 70 mil, incluindo o preço de
fábrica mais impostos, e trata os tipos 1, 2 e 3 da doença.
Segundo o documento
publicado no DOU (Diário Oficial da União) pelo ministério, a previsão é que o
Risdiplam esteja disponível no Sistema Único de Saúde em até 180 dias. De
acordo com o relatório divulgado pela Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS (Conitec), o impacto orçamentário com o fornecimento do
medicamento deve ser de R$ 509 milhões no período de cinco anos.
Primeiro remédio de uso oral para
AME
O Risdiplam obteve o
registro da autoridade sanitária dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês)
em agosto de 2020 e o registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) em outubro de 2020.
O remédio é o primeiro
de uso oral indicado para a doença e pode ser administrado em casa pelo próprio
paciente. Além dele, outro medicamento para a doença já é oferecido na rede
pública, o Spinraza. Ele aplicado na coluna do paciente a cada quatro meses.
Ambos são de uso contínuo, ou seja, após o início do tratamento o paciente
utiliza o medicamento sem interrupções.
Um terceiro remédio, o
Zolgensma, também para o tipo 1, recebeu registro da Anvisa em 2020, mas ainda
não foi incorporado ao sistema público de saúde.
A atrofia muscular
espinhal é uma doença degenerativa e de caráter genético que leva o organismo a
reduzir a produção da proteína SMN1, essencial para a função dos neurônios que
controlam músculos e tecidos corporais. A falta da proteína faz com que a
pessoa apresente fraqueza muscular progressiva, afetando membros inferiores e
superiores, além da musculatura respiratória.
O estudo clínico que
comprovou a eficácia do medicamento foi realizado com pacientes com a doença
com idade entre 2 e 25 anos. A maioria dos indivíduos com AME é gravemente
afetada na primeira infância.
Na doença do tipo 1, os
primeiros sintomas começam a se manifestar até os 6 meses de idade e a
expectativa de vida não passa dos 2 anos. Esse é o modo mais grave da doença e
afeta 58% das pessoas diagnosticadas. Os sintomas dos tipos 2 e 3 se manifestam
entre os 7 e os 18 meses após o nascimento. Para os pacientes com a AME do tipo
2, a expectativa de vida não passa dos 18 anos.
De acordo com o
Instituto Nacional de Atrofia Muscular Espinhal (Iname), a doença afeta
aproximadamente 1 em cada 10 mil nascidos vivos e é a principal causa genética
de morte em bebês. Atualmente, o Brasil tem 5 mil pacientes diagnosticados com
a doença, segundo dados da Associação Brasileira de Atrofia Muscular Espinhal
(Abrame).
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