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Quente por aí? Ilhas de calor podem deixar temperatura até 3°C mais alta em áreas urbanas de SC

Última atualização 17 de março de 2022 - 11:04:03


Foto: Flavio Tin/Arquivo/ND – Está quente aí? Se você estiver em uma ilha de calor, deve estar ainda mais!


Que os moradores de
Santa Catarina têm sentido muito calor neste verão não é novidade: o
ar-condicionado não ganha folga e houve até registro de onda de calor extremo
em janeiro. Mas um estudo da Epagri/Ciram mostra que alguns catarinenses estão
sofrendo um pouco mais que os outros com todo esse calorão – e isso mesmo
estando na mesma cidade.

O levantamento feito
pelo pesquisador Kleber Trabaquini demonstra que áreas mais alteradas por
processos de urbanização, geralmente os centros de grandes cidades, apresentam
temperaturas mais elevadas do que o entorno, formando as chamadas ilhas de
calor.

Em Florianópolis, por
exemplo, essas áreas podem ser até 1,6°C mais quentes, número que sobe para
2,8° C em Itajaí. A maior diferença, porém, é registrada em Joinville: na
cidade mais populosa de Santa Catarina, as áreas urbanizadas podem ser até 3°C
mais quentes do que o entorno – haja ar-condicionado para dar conta do recado.

 



Por que essas áreas são mais
quentes que o entorno?

Os impactos da
urbanização são visíveis: em imagens aéreas, por exemplo, é possível ver com
nitidez como ruas, prédios e outras estruturas ocupam espaço onde antes estavam
florestas e outros elementos da vida natural.

Foto: Epagri/Ciram/Divulgação/ND – Temperaturas mais altas em áreas urbanizadas formam ilhas de calor em cidades de SC

Historicamente, essa
urbanização pode causar problemas se feita de forma desordenada, como as
enchentes, que causam transtornos em várias cidades. Mas como mostra o estudo
da Epagri/Ciram, a urbanização também pode gerar fenômenos invisíveis, como o
aumento das temperaturas.

“Os grandes centros
urbanos são normalmente formados de materiais como concreto e asfalto, que
interagem de forma diferente do que a natureza. Eles armazenam esse calor e
reemitem essa onda de forma que aumenta a temperatura do ar, como se criasse
uma mini estufa na cidade”, explica Kleber. O pesquisador destaca que, quanto
maior a cidade e a concentração desses materiais, maior esse acúmulo de temperatura.

“Ela é sempre comparada
com os arredores dessa cidade, por isso é chamada de ilha de calor. Qual era a
temperatura normal pra ser? A temperatura da floresta. A gente que modificou a
paisagem e, então, conforme vai aumentando esses centros urbanos, esse aumento
de temperatura acontece”, salienta.

Ele explica, ainda, que
há algumas variáveis que impactam a temperatura. Florianópolis tem um grande
centro urbano, por exemplo, mas está mais exposta a correntes de vento do mar e
isso ajuda a deslocar o calor. Já Joinville está menos exposta a essas
correntes, o que torna mais difícil espalhar o calor.

 

O que fazer para reduzir as
temperaturas nas ilhas de calor?

Kleber ressalta que o
estudo tem o objetivo de mostrar como o ser humano é capaz de modificar a
paisagem e de como essas mudanças podem trazer consequências no dia a dia.

Mas diante disso, o que
fazer para reduzir as temperaturas nas ilhas de calor? Para o pesquisador, a
solução para centros urbanos já existentes é buscar o aumento de áreas verdes e
parques urbanos a fim de amenizar esse efeito. Em cidades em crescimento, é
preciso fazer o planejamento urbano pensando também sob esse aspecto.

Foto: Epagri/Ciram/Divulgação/ND – Veja a variação de temperatura nas ilhas de calor durante o ano

Já pensando sob o ponto
de vista dos catarinenses que moram nessas regiões, o investimento em telhados
verdes, frios e refletivos pode ajudar a reduzir a temperatura e tornar a casa
mais fresca.

 

O que dizem as cidades citadas no
estudo?

Diante da sugestão do
pesquisador de que as cidades podem tomar iniciativas para amenizar as
temperaturas nas chamadas ilhas de calor, o ND+ perguntou aos municípios
citados no estudo o que tem sido feito em cada um deles. Confira as respostas:

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