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PSD deve apoiar Dilma e ter palanque duplo nos Estados

Última atualização 29 de março de 2013 - 18:47:57

O PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab deve declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff, mas estará em palanques diferentes dos da presidente na maioria dos Estados em 2014.

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Levantamento da Folha nos 27 diretórios regionais do partido confirma a previsão de Kassab de que a adesão à candidatura de Dilma é praticamente certa no partido.

Mesmo tendo divergências históricas em relação ao PT -dez líderes regionais são oriundos do DEM e um, do PSDB-, a maioria (14) se diz a favor do engajamento na campanha da petista.

Essa adesão, na prática, significaria mais tempo de propaganda eleitoral para Dilma, já que a sigla presidida pelo ex-prefeito paulistano é dona atualmente de 1min39s do tempo de TV.

Essa fatia é maior que a do PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e semelhante à do PSDB do senador Aécio Neves (MG).
Após negociar a entrada formal do PSD no governo, Kassab anunciou neste mês que a legenda manterá independência em relação ao Planalto, com tendência de apoio à reeleição de Dilma.

O ex-prefeito ficou com as mãos livres para eventualmente fazer outras composições, num momento em que Eduardo Campos tem sido apresentado como alternativa do PSB à Presidência.

O levantamento nos diretórios do partido, no entanto, mostra que, para sair do lado de Dilma, Kassab precisaria reverter a posição dominante do PSD nos Estados.

COLIGAÇÃO REGIONAL

Em entrevista ao jornal “Valor EconÔmico” nesta semana, o ex-presidente Lula defendeu a prioridade à reeleição de Dilma, mesmo que o PT tenha que abrir mão de candidaturas em Estados.

O petista defendeu a importãncia de se aliar a Kassab para o governo de São Paulo.

A disposição de apoio nacional do PSD à reeleição de Dilma não significa, porém, união aos petistas nas disputas pelos governos estaduais. Só 6 dos 27 diretórios dão como certa a coligação regional.

“Em meu Estado, e já disse isso ao Kassab, é impossível me aliar ao PT, sob pena de encerrar minha carreira política”, diz Sérgio Petecão, líder do PSD no Acre e um dos dois senadores do partido. “A relação é a pior possível.”

A ausência da chamada verticalização, quando as alianças regionais precisam seguir os acordos nacionais, também é comemorada pelo PSD de Estados como Santa Catarina, Tocantins, RondÔnia, Paraná e Pará.
“Temos discutido a liberdade da decisão nos Estados. Impor posicionamento único pode até prejudicar o crescimento do partido”, diz o líder da sigla no Pará, Sérgio Leão, simpático à reeleição de Dilma, mas secretário do governo tucano de Simão Jatene.

Vice do governador Jaques Wagner (PT), Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia, puxa a fila dos dilmistas.

No Rio, o presidente do PSD é Indio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB) em 2010. Hoje no secretariado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), ele reconhece existir uma “tendência pró-Dilma” no PSD-RJ, ainda que se declare “neutro”.

“Se o Serra voltasse a disputar, certamente teria o meu apoio. Mas, sem ele, tem o processo democrático. Sou da Executiva Nacional e vou trabalhar partidariamente”, diz.

Um outro grupo da sigla conta com 12 líderes estaduais que preferem esperar Kassab bater o martelo sobre 2014. E há ainda o presidente do PSD-PE, André de Paula, que, isolado, torce abertamente “pela candidatura de Eduardo Campos em 2014”.

Para o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, por reunir “vários tipos de políticos”, o PSD deverá manter todas as portas abertas até quando puder.

Editoria de arte/Folhapress

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