Produtores de leite comemoram aumento de até 20% do litro pago
Última atualização 8 de junho de 2015 - 00:44:22
Foto: DivulgaçÃo
Produtores de leite catarinenses comemoram a retomada do setor. O preço do litro de leite pago ao produtor teve um aumento de até 20%. Após toda a investigaçÃo sobre a adulteraçÃo do alimento, o consumidor perdeu a confiança e o objetivo do setor é reconquistá-la (veja o vídeo acima).
Em fevereiro, o produtor Norberto Martini recebia R$ 0,70 pelo litro do leite. Em maio, esse valor passou para R$ 0,85. “No momento, do que estava há alguns meses atrás, está um preço que ainda dá para trabalhar”, afirma.
Para a FederaçÃo dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), o aumento do preço pago ao produtor se deve a dois fatores. O primeiro é a chegada do inverno, época em que há uma tendência em aumentar o preço. O segundo é a retomada do mercado de consumo interno e de venda para fora do estado.
No entanto, apesar da boa recuperaçÃo, o preço ainda nÃo é o ideal para que o produtor tenha uma boa margem de lucro e volte a investir.
“Nós podemos ver que têm alguns produtores com uma produçÃo bem maior, que ainda está abaixo do custo de produçÃo, e temos agricultores com uma produçÃo menor que ainda nÃo atingiram os patamares que estavam ou os patamares de queda que teve. EntÃo precisa melhorar para esses dois setores com certeza”, explicou o coordenador da Fetraf Alexandre Bergamin.
Para aumentar a valorizaçÃo do leite, os produtores apostam cada vez mais na qualidade e, assim, receber um valor ainda maior pelo produto. Afinal, após toda a investigaçÃo sobre a adulteraçÃo do alimento descoberta no final do ano passado, o consumidor perdeu a confiança. O objetivo do setor é reconquistá-la.
Para o empresário Mario Lanznaster, “essa depuraçÃo foi necessária porque nÃo havia controle, nÃo havia seriedade. Eu acho que agora as entidades, as empresas, os produtores, os transportadores que ficaram na atividade estÃo tentando fazer um trabalho mais sério”.
Histórico de investigaçÃo da adulteraçÃo no leite
Segundo o Ministério Público, eram misturados produtos químicos ao leite para mascarar o prazo de validade e aumentar a rentabilidade. As perícias químicas detectaram peróxido de hidrogênio (água oxigenada), citrato de sódio, polifosfato, hidróxido de sódio (soda cáustica), e outros, como a adiçÃo de água e soro de leite.
A carga bacteriana nos leites adulterados passava do padrÃo aceito pelo Ministério da Agricultura. Em testes com amostras de uma das empresas investigadas, cerca de 2 milhões de bactérias foram encontradas por mililitro de leite, quando o número máximo aceito pela entidade era de 300 mil.
Houve duas operações, denominadas 'Leite Adulterado I' e 'Leite Adulterado II', em 19 de agosto, no Oeste catarinense. Foram presas 22 pessoas. Também houve uma operaçÃo 'Leite Adulterado III', que ocorreu em cidades catarinenses e gaúchas. Outros 16 suspeitos foram presos.
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