Além da hormonoterapia
Christian Mariano, 43, faz parte do público-alvo do novo ambulatório na Lagoa. Ele nasceu menina, mas há três anos descobriu-se homem e iniciou tratamento hormonal [hormonoterapia] para a transformaçÃo física. Na última segunda-feira, veio fazer acompanhamento médico no Centro de Saúde da Lagoa.
— Poder ter atençÃo à hormonoterapia para homens trans e cuidar de outros assuntos é o diferencial desse espaço, que é livre de julgamentos. Já passei por situações de preconceito e aqui sou chamada pelo nome que escolhi, o que pode ser pouca coisa, mas faz muita diferença — garante Christian, que também tratou de problemas dermatológicos e deu início à investigaçÃo de um cisto durante a consulta.
Vindo diretamente do Pará, Elder Inácio, 22, chegou animado para iniciar o tratamento hormonal em Florianópolis há poucos meses. Ele diz que o espaço é o início para tudo.
— NÃo quero ficar assim do jeito que sou. O dia que eu puder retirar meus seios vou tirar uma foto sem camisa. Estou feliz que essas portas estejam se abrindo para isso — comemora.
Segundo o Ministério da Saúde, o acompanhamento ao tratamento hormonal, que garante a transformaçÃo física, é imprescindível para evitar o aparecimento de trombose e câncer.
O que diz a lei
Portaria nº 2.803, de 19 de novembro de 2013, do Ministério da Saúde: Redefine e amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). É prevista capacitaçÃo e sensibilizaçÃo dos profissionais de saúde para lidar, de forma humanizada, com transexuais e travestis tanto na atençÃo básica sem discriminaçÃo, quanto na especializada. Também assegura o direito de a pessoa ser tratada pelo nome social, além de aprimorar a conduta do atendimento oferecido pelo SUS a esse público específico.
Plano Municipal de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, de 26 de dezembro de 2012, da Prefeitura de Florianópolis: Promover a transversalidade na proposiçÃo e implementaçÃo das políticas públicas municipais. Propõe o combate à homofobia por meio de ações integradas entre as áreas de segurança, educaçÃo, assistência social e saúde.
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