Durante o ato de entrega do impostÔmetro instalado no centro de São Miguel do Oeste, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José CÔrte, defendeu a revisão do Pacto Federativo. No ato, realizado nesta quarta-feira, dia 15 ele ressaltou a necessidade de rever a distribuição dos recursos entre os entes federados, com maior retorno da arrecadação aos Estados e municípios.
O prefeito de São Miguel do Oeste, João Carlos Valar, foi enfático ao defender as reformas fiscal, tributária e política e destacou que muito pouco do total exibido no impostÔmetro retorna aos municípios, onde os recursos são arrecadados. “Os recursos vão para Brasília e Florianópolis e depois os prefeitos vão de ‘pires na mão’ para receber migalhas de volta”, disse. Valar acrescentou que se essa realidade não mudar, em pouco tempo, ninguém “de bem” irá mais se dispor a administrar os municípios. Conforme Valar, os dados que são visualizados pela população através do impostÔmetro são significativos. Ele lembrou que tudo acontece no município, mas poucos recursos retornam. “Somos uma cidade que se destaca a nível de estado e de Brasil, com indústrias fortes e grande parte do que é produzido aqui é exportado para diversos países. A Fiesc tem sido forte parceria em importantes projetos que visem o incentivo às indústrias”, comentou o prefeito.
Junto ao painel, que já marcava arrecadação de tributos federais de R$ 1,302 trilhão em 2014, CÔrte afirmou que o objetivo da iniciativa não é contrapor o contribuinte e governo, mas conscientizar o governo e a população quanto à dimensão do que é exigido da sociedade para manter o poder público.
CARGA TRIBUTÁRIA
O vice-presidente regional da Fiesc, Astor Kist, disse que o impostÔmetro é uma forma de chamar atenção para o fato de que o contribuinte tem direito a mais qualidade no serviço público. “Até há países com carga tributária superior, mas o que nos deixa indignados é o baixo retorno”, afirmou, citando deficiências na infraestrutura de transporte, na educação, na segurança e na saúde como exemplos. Se fossem dadas condições de competitividade ao setor produtivo, acrescentou Kist, a arrecadação exibida no painel poderia ser ainda maior.
Em São Miguel do Oeste, CÔrte também visitou indústrias, reuniu-se com sindicatos industriais e realizou palestra sobre os desafios da indústria e da competitividade. Na oportunidade chamou atenção para a urgência com que precisam ser tomadas medidas para melhorar a infraestrutura de transporte para aproximar a região Oeste dos centros consumidores e dos portos. Além de citar o modal ferroviário, CÔrte defendeu a duplicação da BR-282 como prioridade. “Toda vez que venho aqui saio animado. Sinto um pulsar bom da economia nesta cidade”, disse CÔrte.
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