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Prepare o bolso: a conta de luz vai sofrer novo e pesado reajuste

Última atualização 13 de novembro de 2021 - 11:29:44

O preço da conta de luz não dará trégua ao consumidor
(também) no ano que vem. O reajuste previsto é superior a 20%, uma alta que
deve inchar ainda mais a inflação e reduzir ainda mais o poder de compra do
cidadão.

O Estadão teve acesso a um documento interno da Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) emitido na sexta-feira (5) no qual o
órgão regulador faz uma projeção sobre o impacto financeiro que a atual crise
hídrica terá sobre a conta de luz em todo o País, devido às medidas que foram
adotadas para garantir o abastecimento de energia. A conclusão é trágica.

Considerando dados da própria Aneel, o reajuste acumulado
neste ano só para o consumidor residencial chega a 7,04%, ou seja, o aumento
projetado para o ano que vem praticamente triplica a alta de 2021. Em 2020, o
aumento médio foi de 3,25%.

Nos últimos meses, cada consumidor de energia tem bancado,
mensalmente, o custo pesado das chamadas “bandeiras tarifárias”, uma taxa extra
que é incluída na conta de luz para pagar o acionamento das usinas térmicas,
que são bem mais caras que as hidrelétricas. Isso tem ocorrido por causa da
falta de chuvas e do esvaziamento dos principais reservatórios do País.

 Uma das principais razões de se fazer essa cobrança mensal
do consumidor é evitar que essas contas fossem pagas depois, nos reajustes
anuais, como acontecia antes. Ocorre que nem mesmo as bandeiras tarifárias têm
conseguido cobrir o rombo atual.

 Após analisar as projeções de geração de energia e os custos
previstos – incluindo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) -, a área
técnica da agência reguladora concluiu que, até abril de 2022, as “melhores
estimativas” apontam para um rombo de RS 13 bilhões, “já descontada a previsão
de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no
período”, ou seja, o nível mais alto de cobrança da taxa extra.

 O acionamento de tudo quanto é usina térmica no País não é o
único fator que explica o rombo financeiro do setor elétrico e que terá de ser
quitado pelo cidadão. Outra fatura estimada em mais R$ 9 bilhões que será paga
pelo consumidor tem origem nas contratações “simplificadas” de energia feitas
pelo governo no mês passado. Trata-se de uma “energia de reserva” que será
entregue a partir de maio do ano que vem, para dar mais segurança e evitar o
racionamento.

 Os reajustes são puxados ainda pelo aumento de importação de
energia, por meio de contratos firmados com Argentina e Uruguai. Como os
reajustes de tarifas são feitos anualmente pela Aneel, após analisar os custos
de cada distribuidora de energia do País, o porcentual de aumento varia de
Estado para Estado.

 O aumento do preço da energia, somado à alta dos
combustíveis e do gás de cozinha, são os fatores que mais afetam a inflação no
País e massacram a renda da população, porque seus impactos são disseminados em
todo tipo de consumo, seja das famílias ou de empresas.

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