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Prefeito mais jovem de SC se elege fazendo campanha com carroça

Última atualização 15 de outubro de 2012 - 15:46:25

Quando Roberto Agenor Scholze, o prefeito eleito mais jovem de Santa Catarina, aos 24 anos, disse que queria ser político, ouviu uma reprovação explícita: “De louco na família chega um”, afirmou o pai, mais conhecido como Carlinhos da Farmácia. Ele já havia sido vereador e prefeito da cidade de Mafra, no Norte, e queria poupar o filho das dificuldades da ocupação.

Roberto não só ignorou a recomendação como, em 2006, se elegeu como o vereador mais votado e o mais novo da história da cidade, com 1658 votos. Quatro anos depois, foi mais ousado: quis o cargo de prefeito, e para consegui-lo inovou durante a campanha, utilizando recursos como a carroça. Como não era o favorito nas pesquisas, buscou formas diferente para se aproximar dos mais de 40 mil eleitores da cidade. “Nós tinhamos escassez de recursos, por isso buscamos votos na amizade. Nossos cabos eleitorais eram voluntários e nos preocupamos em ir nas casas e visitar a todos” afirma o prefeito.

Conseguiu 14.623 votos, que representaram 45,18% dos votos válidos. Apenas 1% acima do segundo colocado, que obteve 44,12% dos votos, contra 10,7% do terceiro colocado. “Mesmo reprovando, um dos conselhos do meu pai foi determinante. Ele pediu para que eu me preparasse para a derrota. E isso fez com que a nossa campanha fosse mais tranquila. Chegamos assim à vitória”, conta ele.

Entre suas principais propostas estão a geração de empregos, com criação de um parque industrial, além de melhorias no sistema de saúde da cidade. Segundo ele, por ser mais jovem em relação a maioria dos eleitos, o desafio é a desconfiança. “Mas para isso o remédio é fácil: o tempo”, brinca ele. Já a vantagem da juventude é outra: “É o otimismo, a força de vontade para mostrar serviço”, diz.

A vida política

Prefeito e vice fazem carreata pela cidade (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)Prefeito e vice fazem carreata pela cidade
(Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

Roberto nasceu em fevereiro de 1988, quando o pai se candidatou a vereador. Na eleição seguinte já saia junto para a campanha, quando não estava na escola. Em 2000, aos 12 anos, deixou de ir ao encontro da turma do colégio, em uma pizzaria, para ir à convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), que definiu o pai como candidato a prefeito. Era sua primeira escolha pela política.

A segunda decisão, em 2006, foi quando trancou a faculdade de Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), para cumprir os compromissos como vereador. Para conseguir conciliar estudos e trabalho, se matriculou no curso de Direito da Universidade do Contestado (UnC), em Mafra. “A política era minha prioridade. Me dediquei para desconstruir a imagem de pessoa despreparada. Participei de conselhos municipais, entidades civis, me dediquei”, conta ele, que afirma ter enfrentado muito preconceito por causa da idade, de jovens e adultos.

O novo prefeito também começou o curso de Ciências Sociais e dá aulas de sociologia em escolas públicas da cidade. Agora, pretende continuar o caminho que o pai começou, mas que precisou parar. “Ele foi prefeito de 2000 a 2004. Porém, mas nas duas eleições seguintes, em 2004 e 2008, se elegeu novamente e não pode assumir por problemas com as contas da administração”, conta ele, cheio de propostas, esperando ir ainda mais longe, seja a pé, de carro ou até de carroça.

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