PARAÍSO
O prefeito de Paraíso, Erni Giacomini, afirmou em entrevista concedida ao Gazeta Catarinense, na tarde de ontem, terça-feira, que a administração municipal não tem ligação com uma suposta fraude na realização de um concurso público para controlador interno na prefeitura de Paraíso. A seletiva promovida pela Associação de Municípios do Extremo-oeste de Santa Catarina (Ameosc), em junho de 2013, é investigada em ação civil de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Estadual.
Na semana passada, o juiz de direito, Juliano Serpa, aceitou o pedido da Promotoria e concedeu liminar que proíbe a Associação dos Municípios do Extremo-oeste de Santa Catarina (Ameosc) de realizar concursos públicos e processos seletivos. Além disso, a liminar pede o afastamento do controlador interno Maurício Eberhard, aprovado em 1º lugar no concurso. De acordo com o prefeito Erni Giacomini, a administração não tem qualquer conhecimento sobre a suposta fraude. Ele acrescenta que Maurício Eberhard pediu exoneração há cerca de 20 dias, sob a justificativa de que iria cuidar de negócios familiares.
O secretário executivo da Ameosc, Airton Fontana, disse que os responsáveis técnicos pela Associação e pelo setor de concursos foram demitidos no começo do ano com a troca da presidência. Fontana explicou que a Ameosc já fez 15 concursos neste ano e nenhum deles apresentou problemas. Ele reforçou que a atual diretoria vai colaborar com a justiça para apurar o que realmente aconteceu no concurso da prefeitura de Paraíso.
ENTENDA O CASO
No dia 28 de abril de 2013, foi realizado concurso público para o preenchimento do cargo de controlador interno da prefeitura. Entretanto, foram identificadas algumas irregularidades e a prova anulada. Em junho, o concurso foi realizado novamente. Na primeira prova, Maurício Eberhard ficou em segundo lugar. O primeiro colocado não participou da segunda prova e, em depoimento ao Ministério Público, disse que no primeiro concurso recebeu um gabarito de Maurício e que deveria passar em primeiro, para depois desistir e ele assumir. Ele seria um “laranja”.
Em entrevista à Rádio Peperi, o promotor Jonathan Winter, deu detalhes sobre o caso. Segundo ele, dois laranjas teriam sido utilizados na primeira prova e um na segunda. A tese de fraude defendida pelo Ministério Público é reforçada com escutas telefÔnicas que dão detalhes sobre o caso. Ainda segundo o promotor, o servidor público aprovado em concurso teria se aproveitado da relação de proximidade com a Ameosc para ter acesso ao gabarito e burlar o concurso. Maurício era responsável por fazer a contabilidade da Ameosc. Além da Ameosc e Maurício Eberhard, as duas pessoas que teriam sido usadas como laranjas também são réus no processo. Os réus podem entrar com recurso contra a liminar.
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