Até o fim desta semana, o preço da gasolina comum vai romper a barreira dos R$ 3 no Estado. A estimativa é do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Florianópolis (Sindópolis), depois de avaliar o impacto dos números de reajuste de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel anunciados, na noite de terça-feira, pela Petrobras.
Segundo o comunicado da empresa, os preços foram reajustados a partir do primeiro minuto desta quarta-feira nas refinarias. Até chegar às bombas e ao bolso do consumidor, a previsão é que sejam necessárias não mais do que 72 horas, diz o vice-presidente do Sindópolis, Luiz Ângelo Sombrio. Este é o tempo necessário para que a média de 20 mil litros de estoque dos postos sejam comercializados.
— Ainda não temos o valor exato de reajuste para o consumidor, porque isso depende de cálculos das distribuidoras. Mas, preliminarmente, podemos crer que será entre R$ 0,15 e R$ 0,20 a mais (o litro), valendo a partir da chegada dos combustíveis que forem encomendados após o anúncio— explica Sombrio.
O aumento era previsto desde que a companhia avisou ao governo que precisaria reajustar a gasolina e o diesel em 15%, de forma a conseguir financiar os investimentos de US$ 236,5 bilhões previstos para o período de 2012 a 2016. Em junho, a gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83%. Agora, faltaria cerca de 7%.
Custo do transporte deve subir 2% com a medida
Apesar de abaixo do previsto, os reajustes anteriores no diesel— de 3,94%, em junho, e 6%, em julho— devem compensar o resultado.
Para o transporte de mercadorias, o reajuste também deve entrar em vigor até o fim da semana, aponta o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes. Ele diz que a consequência direta será atualizar os preços para 2% acima do praticado até então, considerando que o diesel representa entre 35% e 40% do custo total da operação de logística.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, avalia que o reajuste terá um impacto de 0,13 ponto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. Para o economista da Fundação Instituto de Administração (FIA), Carlos Honorato, o aumento era inevitável e a Petrobras aguardou tempo demais:
— É preciso lembrar que o reajuste nos combustíveis é a base para outros aumentos, que virão logo em seguida. Mas não vejo um grande drama, se lembrarmos que é menos que a reposição da inflação.
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