“Precisamos compreender que democracia é mais que votar e ser votado”, diz Padre Pedro
Última atualização 10 de outubro de 2016 - 14:12:06
Depois de reunir-se com lideranças de diversas regiões e conversar com candidatos, eleitos e nÃo eleitos, o deputado Padre Pedro Baldissera fez nesta quinta-feira (2) uma análise do processo eleitoral de 2016. No último dia 2 de outubro mais de 145 milhões de brasileiros estavam aptos a votar, em 5.568 municípios.
Padre Pedro destacou que os resultados das eleições 2016 deixam várias questões para reflexÃo de toda classe política. “Um dos dados, talvez o mais claro, é que os grandes campeões deste primeiro turno de eleições municipais foram os votos inválidos ou ausências. Em 22 capitais e em centenas de cidades do interior somaram mais do que o primeiro colocado. É um recado muito claro”, afirmou o parlamentar.
No caso do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a soma de nulos, brancos e abstenções chegou a superar os votos obtidos pelos dois primeiros colocados juntos.
“Há uma crise do sistema de representaçÃo e esse é um problema que tem como principal responsável a própria classe política. Por outro lado precisamos informar as pessoas, mostrar que a democracia é muito mais que votar na urna, ou ser votado. Democracia é cobrar, participar e, dentro das próprias comunidades, organizar para que as pessoas saibam a importância das decisões tomadas nos legislativos e executivos”, destacou.
O parlamentar afirmou que a verdadeira luta, para além das eleições, é defender uma pauta que nÃo representa somente direitos, mas uma perspectiva de política que respeita a vida, e luta pelo bem estar incentivando a organizaçÃo da populaçÃo em cada luta diária enfrentada no campo e na cidade.
“A democracia é vivida todos os dias, nas associações, entidades, comunidades; nas ocupações que buscam vida digna, ou nas mobilizações por respeito ao nosso povo. A verdadeira democracia é a participaçÃo direta de todos e todas, com a consciência clara de direitos e deveres; a verdadeira democracia nega a dominaçÃo, o aparelhamento, o cabresto, e dá valor a cada manifestaçÃo do nosso povo, lá na base, onde a vida acontece”, complementou.
O deputado também comentou a respeito das novas regras eleitorais. Na avaliaçÃo de Padre Pedro, num primeiro momento esperava-se que uma campanha mais curta e sem a possibilidade de financiamento empresarial trouxesse mais lisura ao pleito. “Infelizmente observamos relatos de ilícitos em centenas de municípios, o que indica que a troca de favores por votos nÃo foi atingida como esperado”, lamentou.
Padre Pedro ainda dirigiu-se à militância petista, destacando que o partido nasceu nas comunidades, nas lutas do povo camponês e dos operários e operárias, e que precisa retomar esta bandeira de construçÃo das lutas a partir da base, junto de movimentos sociais, entidades e comunidades. “Em que pese os diversos avanços que tiveram a participaçÃo do PT nos últimos 13 anos, nunca precisamos perder este horizonte, de que a luta nÃo se constrói numa eleiçÃo, que nÃo é começo nem fim de anda, mas uma etapa”, observou.
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