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Políticos, blogueiro, ativista: quem é quem no inquérito das fake news

Última atualização 28 de maio de 2020 - 09:38:54

A Polícia Federal cumpriu na manhã de hoje mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal relacionados ao inquérito das fake news, conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ao todo, são 29 mandados de busca e apreensão, incluindo personalidades conhecidas, como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), o empresário Luciano Hang, a ativista Sara Winter, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), o blogueiro Allan dos Santos e o humorista Rey Bianchi.


Veja quem é quem no inquérito das fake news:


Roberto Jefferson-


Roberto Jefferson Imagem: Reprodução.


Com 66 anos, o advogado e hoje presidente do PTB foi membro da tropa de choque do governo Fernando Collor de Mello (1990-1992), que tentou impedir o avanço do impeachment na Câmara dos Deputados. 

Em 2005, foi acusado de integrar o mensalão. Depois de suspeito, passou a acusar outros parlamentares de receber dinheiro do governo para aprovar projetos de lei. Teve o mandato cassado e foi condenado pelo STF pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas em 2016 teve sua dívida quitada com a Justiça graças a um indulto concedido pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso.

Jefferson saiu do ostracismo recentemente, quando decidiu se aliar ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com as investigações da PF, o ex-parlamentar entrou na mira depois de fazer ameaças à democracia ao publicar no Twitter uma foto empunhando um fuzil acompanhada de declarações contra comunistas e membros do Supremo.

O próprio Bolsonaro chegou a recomendar uma live em que Jefferson acusava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de arquitetar um golpe parlamentar.

Hoje ele comparou o STF ao nazismo.


Luciano Hang.

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan Imagem: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO. 

O empresário de 57 anos é dono da loja de departamentos Havan. Ele passou a frequentar assiduamente o noticiário a partir das eleições de 2018, quando ele próprio divulgou um vídeo pressionando seus funcionários a votar no então candidato Jair Bolsonaro.

“Você está preparado para sair da Havan? Você está preparado para ganhar a conta da Havan? Você que sonha em ser líder, gerente e crescer com a Havan, você já imaginou que tudo isso pode acabar no dia 7 de outubro?” Ele negou mais tarde a intenção de coagir seus funcionários ao afirmar que suas declarações eram parte da política de transparência da Havan.

Após ser incluído na investigação da PF, o empresário foi ao Facebook dizer que “jamais fiz fake news contra os membros do STF”. Questionado por seguidores sobre uma suposta perseguição a bolsonaristas, ele respondeu com um versículo bíblico usado por Bolsonaro: “Direis a verdade e a verdade vos libertará”.


Douglas Garcia.


Douglas Garcia, deputado estadual Imagem: Ananda Migliano/Ofotográfico/Folhapress

Hoje com 26 anos, foi em 2018 o deputado estadual mais jovem a ser eleito em São Paulo. Ele ganhou projeção ao criar o polêmico bloco de Carnaval Porão do Dops, em alusão ao aparato repressor da ditadura. Ele apareceu em diversas manifestações conservadoras ao liderar o movimento Direita São Paulo.

Na Assembleia Legislativa, passou a defender a guerra às drogas e a proibição de discussões sobre diversidade sexual e de gênero nas escolas, o que ele chama de “ideologia de gênero”. Em abril do ano passado, ele admitiu ser homossexual um dia depois de ameaçar agredir uma transexual que usasse o mesmo banheiro que sua mãe ou irmã.

Ele se defendeu hoje em um vídeo no Twitter, quando disse que a operação quer “calar a voz dos conservadores”. “De acordo com o tuíte feito pela própria PF, estamos sendo investigados por ataques, crimes (…) críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal”, disse com ironia.


Allan dos Santos.

O blogueiro Allan dos Santos, do Terça Livre Imagem: Reprodução/Facebook.

Apoiador de Bolsonaro e editor do site Terça Livre. Apadrinhado pelos filhos do presidente, ele chegou a ser cotado para comandar a Secretaria de Comunicação da Presidência quando o atual ocupante, Fábio Wajngarten, ficou na berlinda após suspeita de contratar para o governo empresas ligadas a clientes de suas companhias.

De acordo com a revisa ISTOÉ, o blogueiro chegou a receber R$ 100 mil da Secom para defender o presidente em suas redes. No ano passado, ele prestou depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News, quando negou o recebimento de verba oficial para manter sua página na internet.


Sara Winter.


Sara Winter, youtuber e ativista Imagem: Reprodução/Instagram.


A ativista e youtuber de 27 anos é filiada ao DEM e se define como ex-feminista. Embora tenha perdido a eleição para deputada federal pelo Rio de Janeiro em 2018, ela chegou a coordenar as políticas para a maternidade no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Ela abandonou o feminismo em 2014 e se converteu ao cristianismo. Ao tornar-se mãe, afirmou sua intenção de criar seu filho de acordo com a Bíblia.

Hoje ela lidera o grupo 300 do Brasil, que criou um acampamento para treinar militantes a defender o governo Bolsonaro. Em entrevista, ela reconheceu que alguns integrantes andam armados.


Rey Bianchi.


Humorista Rey Biannchi Imagem: Reprodução.


O humorista e palestrante motivacional Rey Bianchi escreve em sua biografia na internet que já ministrou palestras para grandes empresas, como Petrobras, Senac e Furnas e dividiu o palco com Lair Ribeiro e Ivo Pitanguy, “entre outros palestrantes consagrados”.

Bolsonarista, ele postou hoje cedo em suas redes sociais um vídeo exibindo o mandado do ministro Alexandre de Moraes (STF). Ele critica a operação afirmando que pretende “processar o STF”.

“O inquérito para mim, humorista? (…) Vou mandar esse vídeo para todo mundo. A Bia Kicis, deputada federal, lá em Brasília, vou mandar para Carlos Bolsonaro. Eu não tenho medo de nada, não. Eu pago meus impostos.”.

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