O policial militar José Jadir Seabra, 41 anos, morreu após levar três tiros na madrugada deste domingo em Chapecó. Ele estava de folga da corporação e estaria trabalhando como segurança em um clube no centro da cidade. A cãmera de monitoramento próxima ao local flagrou o momento em que um adolescente de 15 anos fez os disparos. O soldado, que atuava há 16 anos na Polícia Militar, pai de quatro filhos, será enterrado na manhã desta segunda-feira no cemitério da Linha Tomazelli, interior de Chapecó
O crime aconteceu por volta das duas horas da manhã na Rua São João. A cãmera da Polícia Militar, que fica a uns 30 metros do local, flagrou a ação. Um adolescente de 16 anos entregou a arma para outro de 15. Ele se afastou das pessoas que estavam na entrada do bar, escondeu a arma debaixo do casaco, voltou e efetuou os disparos. A ação não levou mais que 10 segundos.
O soldado chegou a ser socorrido pelo Samu, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Regional do Oeste de Chapecó.
A arma do crime e os adolescentes foram apreendidos três horas depois no bairro São Pedro. Eles foram encaminhados para a Delegacia de Polícia onde prestaram depoimento e confessaram o crime para o delegado Alex Passos. Para o delegado o que assusta é banalidade como essas pessoas cometem esse tipo de crime.
— Eles disseram que o policial estava tirando onda deles e eles não poderiam deixar a situação assim – contou o delegado. Alex disse ainda que uma briga dentro do bar pode ter ocasionado o homicídio.
— Estamos investigando também o envolvimento de outras pessoas – disse o delegado.
Eles podem responder por homicídio duplamente qualificado com motivo fútil e emboscada.
Após serem ouvidos pelo promotor do Ministério Público, Fabiano Baldissarelli, os adolescentes foram encaminhados para o Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Chapecó.
Nesta segunda-feira eles devem ser apresentados ao juiz e ao promotor da Vara da Infãncia e Juventude. Em cinco dias o promotor deve fazer a representação para dar início a ação de ato infracional.
— A medida a ser tomada pode ser desde uma advertência até três anos de internação em estabelecimento educacional — disse o promotor.
Segundo o irmão da vítima, Gelson Seabra, o Policial trabalha como segurança há pelos menos quatro anos no local.
— Não era todos os finais de semana. Só quando ele tinha folga do serviço — disse Gelson.
O proprietário do clube não foi localizado para falar sobre o assunto.
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