Levantamento com 737 pessoas foi feito por alunos do curso de Direito da Unoesc São Miguel do Oeste e Pinhalzinho. As respostas expressam o pensamento de uma coletividade que vive com regras, religião, autoridade, educação, socialização e trabalho
Estudantes da segunda fase do curso de Direito da Unoesc São Miguel do Oeste e Pinhalzinho desenvolveram uma pesquisa com 737 pessoas, a maioria da região Oeste, no componente curricular de Antropologia Jurídica. “A pesquisa mostra a sina de um povo. Seus temores, afetos, dúvidas, certezas e decisões que nos remetem à vida social e às durezas de sua construção. As respostas expressam o pensamento de uma coletividade que vive com regras, religião, autoridade, educação, socialização e trabalho”, destaca o professor Paulino Eidt.
De acordo com o professor Paulino, em uma época em que se fala muito sobre a crise da família, mais de 80% dos entrevistados consideram a família como a instituição mais importante da sociedade, superando o estudo, trabalho, amigos e a religião. Outros 25% dos participantes do estudo acreditam que ser músico ou criminoso seja predestinação. O professor observa que o determinismo biológico foi contestado teoricamente, há muito tempo, mas permanece firme no imaginário coletivo.
A pesquisa também apontou que somente 14% das pessoas são contra a redução da maioridade penal. “As respostas evidenciaram o descrédito que as pessoas têm com relação ao papel da educação e da ressocialização dos menores infratores”, avalia Paulino. A maioria dos entrevistados (49%), adota leis, regras e normas por achar necessário; outras 41% por consciência.
TOLERÂNCIA E PRECONCEITO
Em relação à tolerãncia, o estudo apontou que o grupamento cultural com que os entrevistados têm menos simpatia é o de muçulmanos (14%), seguido dos índios (7%), nordestinos (3%), negros (3%) e europeus (2%). Quase 65% dos entrevistados dizem ser totalmente tolerantes e 7% são intolerantes com mais de um grupo.
O estudo também mostrou que 58% das pessoas são contrárias a regularização de terras indígenas e quilombolas, como forma de reparar o passado. A maioria das pessoas entrevistadas (51%) também é contrária ao sistema de cotas; já 27% são favoráveis às cotas sociais e outras 19% aprovam as sociais e raciais.
Sobre o preconceito, 25% afirmam que já sofreram preconceito social, outros 8% por gênero, 5 % racial, 5% cultural e 9% biológico. Quase a metade dos entrevistados nunca passou por esta situação e 1% sofreu mais que um tipo.
A maioria das pessoas que respondeu o questionário também já foi vítima de algum tipo de violência. Pelo menos 38% dos participantes da pesquisa foram vítimas de violência moral, outras 19% sofreram violência social e 9% física. O percentual de pessoas que afirmam não ter passado por esta situação é de 32%.
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