'Perspectivas para 2016 são negativas', diz presidente da Fiesc
Última atualização 10 de dezembro de 2015 - 10:41:17
A produçÃo industrial no estado acumula queda de 8% de janeiro a outubro em relaçÃo ao mesmo período no ano passado, segundo o Balanço de 2015 da FederaçÃo das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgado nesta terça-feira (8). O setor mais afetado pela retraçÃo foi a metalurgia, com 24,4% de queda. As vendas da indústria retraíram em 11,4% e as exportações foram 15,8% menores do que em 2014.
“As perspectivas para 2016 sÃo negativas. Devemos ter um ano outra vez de queda no PIB e a evoluçÃo da economia está muito condicionada à evoluçÃo da política. O governo teria que de fato recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento”, afirmou Glauco José Côrte, presidente da Fiesc.
InovaçÃo e qualificaçÃo
Para ele, o mecanismo mais importante para recuperaçÃo da indústria catarinense é a inovaçÃo. “O Brasil precisa aproveitar a disponibilidade dos quase 1,5 milhÃo de trabalhadores desempregados nos últimos doze meses para programa de qualificaçÃo. Com isso, eles poderÃo retornar ao setor produtivo com mais condições de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria perante os demais países”, completou Côrte.
Para Côrte, sÃo necessárias ações tanto por parte da indústria quanto do governo. No caso da indústria, é preciso buscar novos mercados, fortalecer as parcerias, aumentar a produtividade, inovar em produtos e processos, qualificar os trabalhadores, além de reduzir custos.
“A agenda governamental deve focar condições para o aumento da produtividade, incentivos para atraçÃo de investimentos estratégicos, além de estratégias robustas de acesso a mercados”, diz o presidente da Fiesc.
Queda na produçÃo
A produçÃo industrial catarinense acumula queda de 8% de janeiro a outubro em relaçÃo ao mesmo período no ano passado. O índice negativo do estado está alinhado com o registrado na média brasileira, de 7,8%, mas é menor que as quedas registradas no Paraná, 8,5%, no Rio Grande do Sul, 11,8, e em SÃo Paulo, 10,5%.
Os setores com maiores retrações no período foram metalurgia, com 24,4%, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com 22,8%, máquinas e equipamentos, 13,2%, têxtil, 11,6%, veículos automotores e autopeças, 9,5%, plástico, 7,6%, produtos de metal, 4,7%, madeira, 3,2%, celulose e papel,1,1%, e alimentar, 0,2%.
ExceçÃo
O único segmento que nÃo registrou queda na produçÃo na indústria catarinense de transformaçÃo foi o de minerais nÃo-metálicos, onde se destaca a cerâmica. O segmento se manteve praticamente estável, com variaçÃo positiva de 0,1%.
Queda das vendas
As vendas da indústria do estado acumulam retraçÃo de 11,4% de janeiro a outubro contra o mesmo período em 2014. Os setores com as maiores quedas no período foram vestuário, com 26,2% e alimentos, 21,8%.
Na sequência da lista de retraçÃo nas vendas estÃo veículos automotores e autopeças, com queda de 15,5%, móveis, 9,6%, celulose e papel, 9,5%, máquinas, equipamentos e materiais elétricos, com 8,5%, produtos de metal, 8,3%, metalurgia, com 8,3%, têxtil, 7,7%, máquinas e equipamentos tiveram reduçÃo de7,6%, plástico, 4,3%, e minerais nÃo-metálicos registraram 4%.
Os setores que apresentaram crescimento foram madeira, com 8,1%, e informática, eletrônico e óticos, com 13,4%.
Exportações
As exportações no acumulado do ano até outubro totalizaram US$ 6,48 bilhões, valor 15,8% inferior ao registrado no mesmo período no ano passado. As principais quedas foram nos embarques de carne de frango, 18,7%, soja, 36,5%, motores e geradores elétricos, 25,5%, e carne suína, 27,2%. Entre os destinos com reduçÃo nas vendas estÃo Estados Unidos, 8,5%, China, 28,1%, JapÃo, 32,9%, e Holanda, 19,8%.
Importações
As importações catarinenses de janeiro a outubro somaram US$ 10,94 bilhões, valor 18,8% menor que o registrado no mesmo período em 2014. Os produtos que registram as maiores reduções foram catodos de cobre, 45%, polietileno, 22,1%, laminados do ferro e aço, 29%, fios de fibras de poliésteres, 21,1%, e automóveis, 46,2%.
Mercado de trabalho
Segundo Glauco José Côrte, os desligamentos se sobressaíram à criaçÃo de novas vagas na indústria do estado. No acumulado do ano até outubro foram fechadas 12.010 vagas só no setor de transformaçÃo.
Entre os setores que puxaram o resultado para baixo estÃo bens de capital que perderam 2.869 vagas, energia, com fechamento de 4.311 vagas, metalmecânico e metalurgia, com 2.348 vagas a menos. O setor de produtos químicos e plásticos registrou uma queda de 1.776 vagas, tecnologia da informaçÃo e comunicaçÃo perderam 664 vagas.
Apesar do cenário, no período, cinco setores contrataram: agroalimentar, que gerou 3.242 vagas, móveis e madeira, 611 vagas, cerâmica, 220 vagas, celulose e papel, 82 vagas, e saúde, 7 vagas
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