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Para manter trunfo em renegociação, Grêmio cogita não entregar o Olímpico

Última atualização 28 de março de 2013 - 11:39:23

A possibilidade de rompimento com a construtora OAS já não é descartada pelo Grêmio. Sob a alegação de que passará a enfrentar dificuldades financeiras ainda mais graves a partir da metade do ano, se forem mantidas as atuais regras do contrato, o clube poderá se negar a transferir o Olímpico para a parceira. Mesmo que isso provoque uma batalha judicial.

Por contrato, a troca de chaves deve ocorrer sábado, dia 30 de março. Como a Arena ainda não oferece estrutura física para o funcionamento do setor administrativo e segue inconcluso o Centro de Treinamentos, a troca necessariamente será adiada.

O trabalho da auditoria contratada pelo Grêmio para avaliar o contrato dá atenção especial a duas cláusulas. A primeira, a que trata do reembolso pelo espaço ocupado na Arena pelos associados em dias de jogos. Hoje, este valor éde R$ 41 milhões. A segunda é relativa à divisão dos lucros. O Grêmio não concorda que seus 65% sejam decorrentes do lucro líquido ajustado, por entender que o valor final, descontadas as parcelas do financiamento da obra e a depreciação da obra, resultaria mínimo. Considera mais justo receber sua parte sobre o lucro bruto, mesmo reduzindo o seu percentual.

O dia 15 de abril é apontado como definitivo para o desfecho do caso. Nesta data, deverá estar concluído o trabalho da auditoria. De posse da conclusão, o Grêmio irá reivindicar a revisão das cláusulas que considera mais lesivas a sua vida financeira. Nos corredores do estádio, afirma-se que a data representará “uma encruzilhada” para a sequência ou não da parceria. Neste mesmo dia, o Conselho Deliberativo faz reunião para debater o contrato.

A tese, nos gabinetes do Olímpico, é de que a exploração comercial de áreas de 110 mil m2 na Azenha e outros 160 mil m2 no Humaitá já representa lucro suficiente para a construtora. Assim, o faturamento gerado pela gestão da Arena seria “a cereja do bolo”. A partir desse raciocínio, a empreiteira poderia concordar em apenas repassar ao Grêmio o financiamento de R$ 275 milhões. De posse da gestão, o clube projeta um faturamento aos moldes do Barcelona no Camp Nou.

– O trunfo do Grêmio na mesa de negociação é manter a propriedade, a posse do Olímpico – sustenta um conselheiro.

Por orientação do presidente Fábio Koff, a ideia do rompimento não é cogitada publicamente. Mas ninguém hesita em afirmar que a troca de chaves não tem data para ocorrer.

– O Grêmio não irá trocar o seu estádio por uma obra – avisa Nestor Hein, integrante do Conselho de Administração.

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