Palmitos é referência estadual no Serviço de Acolhimento Familiar
Última atualização 28 de março de 2016 - 08:36:13
PALMITOS – Abandono, maus tratos, violência sexual e óbito da mÃe sÃo alguns dos critérios que levam a criança ou adolescente a participar do Serviço de Acolhimento Familiar em Palmitos. Sendo referência estadual, Palmitos atua há 14 anos pensando no bem estar e garantia de vida das crianças e adolescentes. Os trabalhos sÃo coordenados pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), e conta com o apoio da AdministraçÃo Municipal e Promotoria Judiciária.
O Serviço de Acolhimento Familiar para crianças e adolescentes, conhecido como Família Acolhedora, conta com uma equipe técnica profissional, formada pela assistente social, Soeli Hoppe, psicóloga Luciana Toniolli, e com sete famílias acolhedoras, capacitadas e aptas para acolher crianças e adolescentes em situaçÃo de risco. Implantado no dia 21 de maio de 2001, pela Lei Municipal nº 2584/2001, Luciana menciona que desde entÃo, foi possível identificar um fluxo de crianças e adolescentes acolhidos, bem como suas características e motivos pelo acolhimento.
Luciana evidencia que vários foram os quesitos para tornar Palmitos um município de referência no Serviço. Além de um contato achegado com as famílias acolhedoras, existe um acompanhamento próximo da Promotoria Judiciária, que segundo ela, poucos municípios tem. O exemplo dessa referência, sÃo os convites para apresentar o Serviço em diversas cidade do Estado. “Fomos convidadas para apresentar o nosso serviço em diversas regiões do Estado, já apresentamos em Florianópolis, recebemos o convite para apresentar em Gramado e no Rio de Janeiro”, comenta.
ACOMPANHAMENTO
Para que haja um serviço de qualidade, a equipe técnica realiza semanalmente visitas nas famílias acolhedoras, para que haja um vínculo entre os profissionais e a família, mesmo quando a família nÃo tem criança ou adolescente acolhidos. Ainda, a equipe acompanha o processo de adaptaçÃo da criança. “É um processo bem delicado, pois é o novo ambiente, novas pessoas, e precisamos acompanhar na permanência e principalmente no desligamento da criança com a família”, declara Lucina, acrescentando que enquanto equipe de referência “precisamos dar suporte para as nossas famílias acolhedoras, pois se elas estiverem bem vÃo poder desempenhar um trabalho com qualidade”.
Outro ponto citado pela psicóloga, é a síndrome do ninho vazio, ou seja, com a permanência da criança ou adolescente nas tarefas diárias, como estudar, alimentaçÃo, cuidados básicos, acompanhamento médico, entre outros, as famílias “ficam depressivas, sentem falta, pois sabem que as crianças vÃo ficar por um tempo mínimo, pois esse é o objetivo. Existe um apego muito grande da família acolhedora com a criança, pois passam a conviver 24h juntos, compartilhando todas as atividades do dia-a-dia.”, explica a psicóloga.
Além da visita semanal da equipe técnica, o que torna Palmitos um destaque estadual, conforme a psicóloga, é a forte parceria do promotor da Comarca de Palmitos, José Orlando Lara Dias. Ele acompanha as visitas domiciliares das famílias acolhedoras, proporcionando um vínculo com as crianças. “Com a presença do promotor as crianças se sentem mais importante e valorizadas, como também as famílias. Nestas visitas ele conversa com as crianças, e elas se sentem mais seguras para pedir algo diretamente para ele”, revela.
ACOLHIMENTOS
Nestes 14 anos de Serviço de Acolhimento Familiar, Palmitos acolheu 85 crianças ou adolescentes sendo: 47 deles retornaram a família de origem; 35 foram para adoçÃo; duas para a guarda subsidiada; e um que foi a óbito. “Esta criança que foi a óbito, nasceu com deficiências múltiplas e ela viveu muito mais do que sua expectativa de vida”, revela Luciana, enfatizando que a criança pode viver a mais, pois estava bem cuidada e amparada na família acolhedora.
A psicóloga contabiliza que dessas 85 crianças ou adolescente, 94% sÃo da zona urbana e 6% da zona rural, que totalizam 48% do sexo masculino e 52% feminina.
Como ser uma família acolhedora
Luciana explica que quando uma família manifesta interesse em ser uma família acolhedora, ela tem que se inscrever no Creas do município, posteriormente é agendado uma entrevista com visita domiciliar, e aplicado um questionário. “Infelizmente muitas pessoas procuram o serviço de acolhimento pela questÃo financeira, pois o município paga um salário mínimo por criança para ficar acolhida, porém a família nÃo tem condiçÃo para tal funçÃo. E esse nÃo é o objetivo do serviço”, observa.
Ela ressalta que o dinheiro que o município repassa, é para ser aplicado na criança, com roupas, consultas medicas, odontológicas, necessidades básicas, entre outros aspectos. Neste contexto, Lucina enfatiza que quando é realizado uma visita, é possível identificar, primeiramente, o por que essa família quer ser acolhedora. “Com esse questionário é possível identificar a aptidÃo da família, como o uso ou nÃo de drogas na família, o espaço, disponibilidade de tempo e afetividade da família”, declara.
Segundo a psicóloga, nesta visita é possível ter noçÃo se a família tem aptidÃo em ser família acolhedora, e após isso, a família passa por capacitaçÃo prévia, para conhecer o Serviço de Acolhimento Familiar, seu objetivos, o que pode ou nÃo ser feito. Após isso, a equipe técnica acompanha a família com orientaçÃo e capacitaçÃo continuada.
Com capacitações sempre voltadas ao serviço, a equipe técnica resolveu diferenciar neste ano. Segundo elas, neste ano, a capacitaçÃo vai focar no fortalecimento da família acolhedora. “Queremos cuidar de quem cuida, vamos fortalecer o sentido de família, e nÃo apenas do serviço, que elas já conhecem bem”, complementa Luciana.
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