Padre Pedro denuncia pretensão de governo interino de desmantelar “Mais Médicos”
Última atualização 15 de julho de 2016 - 10:15:08
ESTADO – O deputado Estadual Padre Pedro Baldissera (PT) mostrou grande preocupaçÃo com as mudanças que pode sofrer o programa Mais Médicos a partir de propostas de grupos médicos corporativos voltados para a medicina privada. “A gestÃo interina de Michel Temer no ministério da Saúde coloca em risco as metas do programa e aceita que setores corporativos da saúde atuem fazendo ´reserva de mercado´, numa lógica de que quanto menos médicos, melhor é a remuneraçÃo”, denuncia.
Considerado uma das políticas mais resolutivas na área da saúde, o Mais Médicos nÃo só garante atendimento a quem nÃo tem, como também a soluçÃo de problemas básicos na raiz, impedindo o avanço deles até que fosse necessário atendimento em unidade de média ou alta complexidade. Segundo Padre Pedro, o coordenador do Mais Médicos no governo da presidenta eleita Dilma Rousseff, Heider Pinto, disse que as mudanças em curso buscam ampliar os ganhos da medicina privada, e prejudicar o atendimento da populaçÃo mais pobre.
O deputado afirmou que o programa beneficia atualmente 63 milhões de brasileiros em quatro mil municípios. “Os impactos sÃo incontestáveis. Estudos preliminares em mais de dois mil municípios mostram que o atendimento cresceu 35% no primeiro ano e as consultas a diabéticos aumentaram 44%, as de pré-natal 11,3% e o encaminhamento aos hospitais diminuiu em 21%, mostrando a eficiência do programa”, destaca.
Pesquisa encomendada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reflete uma ampla aceitaçÃo da populaçÃo neste três anos do programa: 80% estÃo satisfeitos com o atendimento feito pelos médicos e 86% consideram que o atendimento melhorou depois da chegada dos profissionais. “Uma questÃo fundamental do Mais Médicos é que ele pensa no presente, mas prepara o futuro. Por isso a lei do programa prevê, além do provimento emergencial de profissionais, a abertura de novas escolas de medicina e mudanças na residência médica”, disse.
A ideia do projeto é mudar a residência, aproximando o ensino do que já é praticado em diversos países europeus, com a formaçÃo de profissionais voltada para uma medicina integral, mais humanizada. “Determina uma residência médica em Medicina de Família e Comunidade, uma medida que está presente em países como Reino Unido, Itália, Portugal, Espanha, Cuba, Austrália e Canadá”, explicou. Isso nÃo impede, no entanto, que o profissional se especialize em outras áreas, como dermatologia e cirurgia plástica, mas forma profissionais com capacidade para resolver mais problemas. Se mantida no planejamento, esta diretriz garantirá que já em 2019 o País tenha 18 mil médicos com uma formaçÃo voltada a este atendimento fundamental.
A outra ameaça, segundo Padre Pedro, está na abertura de novas vagas em faculdades, já que a ideia apresentada pelo governo interino é cortar a expansÃo prevista de 11.500 vagas em medicina, em especial no interior do Brasil e no Norte e Nordeste. “Por isso fazemos este alerta à sociedade brasileira, da ameaça a um programa de extraordinária inserçÃo social, aonde se atende de fato as pessoas de forma mais humanizadas e os que realmente mais precisam. Um olhar em torno em torno disso é fundamental,” finaliza.
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