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Oferta limitada faz preço do leite subir; danos causados por javalis

Última atualização 26 de abril de 2022 - 09:07:51


Foto: Divulgação/Mapa – Esse cenário, por sua vez, resultou em altas nas cotações


Depois de registrar
consecutivas quedas desde setembro de 2021, o preço do leite captado em
janeiro/22 e pago aos produtores em fevereiro/22 registrou alta de 1,4% em
relação ao mês anterior, chegando a R$ 2,1397/litro na “Média Brasil” líquida
do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

O enfraquecimento do
consumo por lácteos era o fator preponderante que vinha ditando os movimentos
de preços para toda cadeia produtiva desde o último trimestre do ano passado.
Contudo, a desvalorização do leite no campo somada ao clima adverso e aos
elevados custos de produção limitaram a produção de leite em janeiro,
especialmente no Sul do País. Esse cenário, por sua vez, resultou em altas nas
cotações – e essa inversão na tendência dos preços pode ser considerada um
adiantamento do período de entressafra.

Os efeitos do fenômeno
La Niña, com fortes chuvas no Sudeste e estiagem no Sul, têm impactado
diretamente sobre a produção de leite, visto que a baixa qualidade das
pastagens e da silagem prejudicam a alimentação do rebanho. Além disso, é
preciso considerar que a oferta de grãos tem sido afetada negativamente pelo
clima – o que também eleva o preço deste insumo. Se, em dezembro, eram
precisos, em média, 41,5 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de
milho, em janeiro, com a queda no preço do leite e a valorização do milho, o
pecuarista precisou de, em média, 45,5 litros para a mesma compra. Isso
significou uma redução de 9,7% no poder de compra do pecuarista de um mês para
o outro. Para piorar, os preços de outros insumos, como suplementos minerais,
antibióticos, adubos e corretivos, continuaram subindo, corroendo a margem do
produtor de leite.

Nesse contexto, os
investimentos na pecuária leiteira têm sido comprometidos. O Índice de Captação
Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,54% de dezembro/21 para janeiro/22 na “Média
Brasil”, puxado sobre tudo pela queda média de 4,34% na captação do Sul.

Mesmo com a fragilidade
da demanda por lácteos, a oferta limitada no campo levou os laticínios a
acirrarem a disputa pela compra de matéria-prima durante janeiro e fevereiro. O
acompanhamento do Cepea do mercado spot (leite negociado entre indústrias)
mostra que, em Minas Gerais, o preço médio do leite spot saltou de R$
2,05/litro na primeira quinzena de janeiro para R$ 2,43/litro na segunda metade
de fevereiro, valorização de 18% no período.

Com matéria-prima mais
cara, as indústrias vêm forçando o repasse da alta no campo para o preço dos
derivados desde a segunda quinzena de janeiro. A diminuição das importações nos
últimos meses e o aumento das exportações de leite em pó em janeiro colaboraram
para o controle dos estoques, o que elevou o poder de negociação das indústrias
frente aos canais de distribuição. (Fonte: Cepea)

 

É possível reduzir os danos
causados por javalis?

Os danos causados por
javalis podem ser reduzidos por meio da aplicação de métodos letais que
controlem a população desses animais e/ou por meio de métodos de manejo
ambiental, eliminando ou alterando os recursos utilizados, como a construção de
cercas ao redor da área de interesse e/ou de valas para limitar o acesso ou
circulação dos animais.

As cercas,
principalmente as elétricas, geralmente são muito eficazes em reduzir os danos
causados por javalis, embora possam ter alto custo de instalação e manutenção.
Recomenda-se que as cercas tenham uma altura mínima de 1,2 m, sejam robustas e
resistentes, de malha de arame, de menor

tamanho possível e com
a adição de um fio eletrificado entre 15 cm a 20 cm do chão. As cercas
elétricas simples com apenas alguns fios eletrificados representam uma opção
mais barata e mais fácil de instalar do que cercas de arame tradicionais. Os
modelos que consistem em apenas dois fios, um eletrificado a 20 cm e outro a 45
cm acima do chão já são eficazes.

A opção pelas cercas,
principalmente as elétricas, demanda inspeção constante e manutenção,
especialmente para prevenir o crescimento de vegetação capaz de afetar o
sistema elétrico. Recomenda-se também o uso de placas informativas sobre a
eletrificação para evitar acidentes. Em áreas de criação de cabras e ovelhas,
as cercas convencionais (não elétricas) devem ser feitas de alambrados ou ter
entre 10 cm e 15 cm de espaçamento. As cercas devem ter pelo menos 90 cm de
altura, e a parte de baixo desta deve ser firmemente esticada sobre a superfície
do solo ou enterrada.

Para evitar a entrada
de javalis em granja de suínos, são recomendadas cercas de exclusão de, no mínimo,
1,8 m de altura, com as seguintes características: tela malha 7 e fio de 12 mm;
fio de sustentação de 5 mm a cada 40 cm de altura da cerca; reforço na parte
inferior, podendo ser dupla; mureta de alvenaria ou a tela , que deve ser
enterrada em 40 cm para evitar que os javalis passem por baixo da cerca; três
ou quatro fios de arames farpados na extremidade superior.

Nas criações de
animais, o confinamento ou o estabelecimento de zona de exclusão entre as áreas
de criação e as áreas de incidência de javalis são medidas importantes para
reduzir os danos. É também recomendada a instalação de áreas bem protegidas
para a maternidade de animais domésticos, distantes das áreas mais utilizadas
pelos javalis. A classificação dos animais por idade pode melhorar a seleção
das áreas de criação e manutenção de programas de sanidade. O uso de cães
pastores também pode auxiliar.

Em plantações, além do
uso de cercas, a mitigação de danos pode ser feita aproximando as plantações
das residências e afastando-a de possíveis locais usados pelos javalis como
abrigo. Com o devido planejamento do plantio, pode ser possível reduzir o
espaço em que os javalis permanecem, sem serem visualizados, fato que dificulta
o controle. Além disso, deve-se buscar reduzir as sobras de colheita no campo,
a fim de diminuir a oferta de alimentos para estes suídeos.

 

Cotações

Dólar: R$ 4,94

Saca da soja: R$ 178,50

Saca de milho: R$ 81,90

Arroba do boi: R$
330,00

Litro do leite: R$ 2,01

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