Home Na quinta, Grêmio avaliará pontos do contrato da Arena que comprometeriam finanças

Na quinta, Grêmio avaliará pontos do contrato da Arena que comprometeriam finanças

Última atualização 12 de março de 2013 - 23:41:07

Os grupos de trabalho formados por Grêmio e Arena Porto-Alegrense para estudar alterações no contrato da Arena reúnem-se pela primeira vez na quinta, no Olímpico.

Pressionado pelos altos custos gerados com a migração de seus associados para a Arena e pela demora em obter sua parte nos lucros gerados pelo novo estádio, o clube estuda a revisão urgente de algumas cláusulas. Ou, até mesmo, comprar os direitos de gestão da Arena e livrar-se dos encargos que hoje consomem suas receitas.

A Arena Porto-Alegrense cobra por ano R$ 41 milhões de “aluguel” do Grêmio. A conta é relativa à migração de 25 mil associados para o anel superior (R$ 23 milhões) e outros 8 mil para as cadeiras Gold e Gramado (R$ 18 milhões). Por mês, são cerca de R$ 3,4 milhões que saem do Quadro Social. Como a receita anual gerada por esse departamento é estimada em R$ 55 milhões anuais, sobram apenas R$ 14 milhões.

Este não é o único problema. Como os custos de financiamento da obra subiram de R$ 170 milhões para R$ 275 milhões, elevaram-se o prazo de amortização e o valor dos juros. Isso provoca uma demora no repasse ao Grêmio, por parte da Arena Porto-Alegrense, dos lucros líquidos – o clube tem direito a uma parcela de 65%.

Por contrato, o Grêmio também tem que repassar à parceira a receita gerada pela bilheteria, publicidade e camarotes em jogos realizados no Olímpico.

– Desde o início, havia a previsão de que essas receitas passassem para a Arena. Mas havia, também, a previsão de que os custos e as despesas da Arena fossem bem menores. E que, além de receber uma quantia fixa de R$ 9 milhões anuais, o Grêmio também teria participação no lucro líquido da Arena Porto-Alegrense – recorda o vice-presidente Adalberto Preis, escolhido pelo presidente Fábio Koff para liderar o grupo que negocia com a parceira.

Nos corredores do Olímpico, a situação é definida como “enforcamento financeiro”. Há restrições ao fato de diretorias passadas terem assinado um contrato que, na prática, se revela nocivo. E estranheza por alguns aditivos, como os R$ 18 milhões relativos às Cadeiras Gold e Gramado, terem escapado ao crivo do Conselho Deliberativo. Segundo um dirigente, “o contrato assinado não é o que foi aprovado”.

Nas manifestações públicas, contudo, evita-se qualquer crítica à OAS.

– Trata-se de um problema transitório. Não somos contra a Arena. Não há conflito, o diálogo continua muito bom. É uma questão de ajuste que toda operação que se inicia enfrenta – completa Preis.

Zero Hora tentou, sem sucesso, contato com representantes da Arena Porto-Alegrense para que analisassem a iniciativa do Grêmio.

Grêmio estuda adquirir gestão da Arena

Ainda que não assuma em caráter oficial a intenção de adquirir o direito de gestão da Arena, o Grêmio já faz sondagens para saber quanto precisaria gastar. É do clube, conforme o contrato, a preferência para comprar a totalidade da ação da superficiária (sociedade que detém os direitos de utilização da superfície do terreno).

Uma das hipóteses é fazer uma proposta à Arena Porto-Alegrense, indicando preços e condições de pagamento. Caso não haja acordo, o preço será fixado por uma das seguintes empresas de avaliação: KPMG, Deloitte, PriceWaterhouse Coopers e Ernst Young.

– O homem (Fábio Koff) já está atrás de dinheiro para fazer a compra – comemora um conselheiro.

O passo seguinte é assumir o financiamento de R$ 275 milhões. Um dos entraves é o fato de o BNDES não oferecer linhas de financiamento para clubes de futebol. Como o banco só aceita liberar recursos para a iniciativa privada, o Grêmio precisaria ser representado por um grupo de empresários. E, claro, oferecendo garantias de pagamento.

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