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Mulheres que movem o Brasil: a força feminina no campo e nas estradas

Última atualização 25 de julho de 2025 - 09:49:45

No dia 25 de julho, celebra-se o Dia do Colono e do Motorista, uma homenagem a quem cultiva a terra e a quem transporta as riquezas do país. Em meio aos desafios de duas profissões exigentes e muitas vezes invisibilizadas, cresce também a presença das mulheres — que, além de romperem barreiras, têm transformado o jeito de conduzir e produzir.

Historicamente dominadas por homens, as áreas da agricultura e do transporte rodoviário estão mudando de rosto. São mulheres que acordam antes do sol, enfrentam o frio, o calor e a distância, mas não abrem mão do compromisso com a produção e o progresso. Exemplo disso são as trajetórias de Angela Maria Vaccarin Chini, agricultora no interior de Palmitos (SC), e Cristiane Batista de Sousa, motorista da empresa Transportes Canarinho.

A vida na roça: liderança, cuidado e resistência

Angela Chini, de 58 anos, vive desde que nasceu na zona rural de Palmitos. “Nasci na Linha São Brás, mas foi o amor pela terra e pela vida no campo que me trouxe até aqui”, conta. Hoje ela coordena uma propriedade na Linha Santa Maria Goretti, onde, junto da família, cultiva milho, soja e trigo, além de criar suínos, aves e gado de corte. Também presta serviços de plantio e colheita.

A rotina começa cedo. “Meu dia começa às 5 da manhã. Deixo o café pronto, tomo meu chimarrão e vou pro aviário, geralmente antes do sol nascer”, explica. Além da lida com os animais, Angela organiza a produção, supervisiona os tratos e ainda cuida da alimentação da família e dos funcionários. “Cada dia é uma nova missão. E apesar do cansaço, é gratificante ver tudo funcionando”, destaca.

Mesmo com décadas de experiência, ela relata que o preconceito ainda é uma realidade. “Assumir um papel de liderança sendo mulher ainda é um desafio. Às vezes duvidam da minha capacidade só por eu ser mulher”, afirma. Mas ela aprendeu a se impor com serenidade. “O diálogo, o conhecimento e a paixão pelo que faço são minhas maiores ferramentas.”

Angela acredita que a presença feminina nas propriedades é indispensável. “As mulheres trazem uma visão mais cuidadosa, estratégica e inovadora. Muitas vezes, são elas que pensam na sustentabilidade e na qualidade de vida”, finaliza.

Na boleia do caminhão: coragem e inspiração

Aos 45 anos, Cristiane Batista de Sousa já soma 15 anos de estrada. Começou dirigindo ônibus, mas sempre sonhou em estar ao volante de um caminhão. “Viajar em rodovias, conhecer lugares diferentes… foi aí que mudei minha categoria para E, e a Transportes Canarinho me deu essa oportunidade”, ressalta.

A adaptação foi cheia de aprendizados. “Os desafios mais difíceis foram conhecer a região, acompanhar as mudanças diárias. Mas, com certeza, a paisagem diferente todo dia no para-brisa é a mais linda janela de qualquer escritório”, destaca.

Ao longo do caminho, encontrou incentivo. “Sempre tive apoio do meu marido, que me passou sua experiência. E, apesar da área ser dominada por homens, nunca senti preconceito por parte deles. Pelo contrário, sempre recebi palavras de incentivo”, frisa a motorista.

Hoje, Cristiane tem orgulho de ser inspiração. “Uma mulher me inspirou a realizar esse sonho, e quero que outras também se inspirem em mim para fazer parte dessa profissão maravilhosa.” Para ela, ser motorista é mais que dirigir. “Tudo tem que ser feito com responsabilidade. Há desafios com horários, distância da família, mas é muito gratificante”, argumenta.

O momento mais marcante da carreira foi a entrega do seu primeiro caminhão. “Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não caberia em palavras o tamanho da minha felicidade”, finaliza Cristiane.

Fonte: TV Expresso

Em um setor historicamente masculino, histórias como as de Angela Chini e Cristiane Batista revelam a importância das mulheres na agricultura e no transporte rodoviário

Foto: Arquivo pessoal

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