Home Morre, aos 89 anos, o guitarrista e compositor B.B. King, lenda do blues

Morre, aos 89 anos, o guitarrista e compositor B.B. King, lenda do blues

Última atualização 15 de maio de 2015 - 11:11:26

B.B. King se apresentou no Rio em 2010 – Monica Imbuzeiro / Agência O Globo
O guitarrista e compositor americano B.B. King morreu às 21h40m de quinta-feira (1h40m de sexta-feira no horário de Brasília) em casa, em Las Vegas, informou seu assessor Brent Bryson. O músico, de 89 anos, foi internado em abril por conta de desidrataçÃo relacionada com diabetes.

King sofria de diabetes tipo 2 há mais de duas décadas. No ano passado, o músico cancelou sua agenda de shows por problemas de saúde.
Batizado Riley Ben King, B.B. King nasceu no dia 16 de setembro de 1925 em Itta Bena, no estado do Mississippi, nos EUA. Considerado uma lenda do blues, o guitarrista inicou a carreira em 1949.
Com mais de 50 álbuns lançados, o rei do blues influenciou uma geraçÃo de músicos com seus vocais e solos de guitarra em músicas como “The thrill is gone”.King vendeu milhões de discos ao redor do mundo e fazia parte do Blues Foundation Hall of Fame e do Rock and Roll Hall of Fame.
Blues é como música clássica, como Beethoven. Se está diferente? Sim, porque o mundo está diferente. Quando eu era jovem dançava-se boogie woogie. Hoje as pessoas dançam homens de um lado, mulheres do outro, se sacudindo. NÃo chamo isso de dança. Gosto de abraçar minha garota — disse o músico em sua penúltima passagem pelo Brasil, em 2010.

Em primeiro plano, a lenda do blues em 1980, em apresentaçÃo no New Orleans Jazz and Heritage…Foto: AP
Ele tocava uma guitarra Gibson, que carinhosamente chamava de Lucille, e nÃo foi apenas o indiscutível rei do blues, mas também um mentor para dezenas de guitarristas incluindo Eric Clapton, Otis Rush, Buddy Guy, Jimi Hendrix, John Mayall e Keith Richards.
King juntou o country blues com outros ritmos e criou um som instantaneamente reconhecido por milhões: uma guitarra pungente com vibrato cintilantes e a voz marcante que expressava luxúria, saudade e amor perdido.
Eu quero conectar minha guitarra às emoções humanas”, disse ele em sua autobiografia, “Blues all around me” (1996), escrita por David Ritz.
Em sua lendária carreira, King acumulou 15 Grammys, o último em 2009, na categoria de álbum de blues tradicional por “One kind favor”.

ÚLTIMO SHOW NO BRASIL EM 2012
King costumava se lembrar com carinho do show que fez no Brasil em 1996, no Parque do Ibirapuera, para um público de 110 mil pessoas.
– Eles me trataram como um santo. Eu adorei — disse em 2010.
No final de setembro de 2012, ele fez sua última turnê no país. No Vivo Rio, com todos os 2.600 lugares ocupados por pessoas que pagaram entre R$ 250 e R$ 600 por um ingresso, o show começou 10 minutos atrasado, às 22h10m, com a B.B. King Blues Band, octeto que acompanhava o Rei do Blues. Por cerca de 15 minutos, os músicos começaram os trabalhos, com blues instrumentais dançantes e solos dos diversos instrumentos, de saxofone e trompete a guitarra (o excelente Charles Dennis) e órgÃo. B.B. chegou, caminhando lentamente e sorrindo para o público (que o recebeu aplaudindo de pé), com seu tradicional blazer com detalhes em dourado.
Sentado, tocou algumas notas e começou seu show pessoal, que, no início, nÃo foi musical: B.B. cumprimentou efusivamente o público, elogiou o Brasil, disse que o Rio tem homens e mulheres bonitos (“embora eu prefira as damas”, brincou) e, aí sim, apresentou os oito músicos, um a um. O show já tinha começado há meia hora quando ele mandou “I need you so”, soltando a voz com seu timbre característico, em ótima forma.
Sentado, tocou algumas notas e começou seu show pessoal, que, no início, nÃo foi musical: B.B. cumprimentou efusivamente o público, elogiou o Brasil, disse que o Rio tem homens e mulheres bonitos (“embora eu prefira as damas”, brincou) e, aí sim, apresentou os oito músicos, um a um. O show já tinha começado há meia hora quando ele mandou “I need you so”, soltando a voz com seu timbre característico, em ótima forma.
Comandando a banda com instruções simples, às vezes gestos, ele mergulhou do Delta do Mississippi em blues clássicos como “Key to the highway” e “Rock me baby”, além de arrancar gritos do público com as mais conhecidas “The thrill is gone” e “You are my sunshine”.
Ao final do show, quando se preparava para sair, o Rei do Blues viu a beira do palco ser invadida por uma enxurrada de fÃs, com discos, pôsteres e guitarras, que autografou, pacientemente, por 20 minutos, para depois pedir novamente sua guitarra de volta e tocar uma última música, instrumental.






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