Se tinha uma pedra no meio do caminho, ela não foi problema para uma família que é nativa de Florianópolis. Além de preservar a rocha no projeto da casa à beira da Lagoa da Conceição, o jardim é composto por mais de 200 bichinhos em diferentes materiais que resistem ao tempo como se estivessem petrificados. As estátuas são como adornos e protetores distribuídas no mirante particular de forma cuidadosa por Maria da Glória Dias de Oliveira.
A ideia da coleção surgiu do hobby da simpática dona de casa de 71 anos. Ela comprou o primeiro enfeite, um gato, há mais de 30 anos e desde então ele divide espaço nas instalações da área externa, que virou uma galeria a céu aberto.
“São meus tesouros e gosto muito de cuidar de cada um. Em todos os lugares que eu passo fico observando as estátuas e quem sabe que eu gosto também lembra de mim quem encontra com alguma. Cuido de cada um dos bichinhos com muito amor”, disse.
As peças são feitas de cimento, resina, cerâmica, gesso, plástico e madeira. Várias delas foram presentes e homenagem. Cada um carrega uma história que Maria da Glória guarda na memória e faz questão de contar como as tradições de relíquias.
Quem passa na rua faz questão de diminuir os passos para também apreciar e observar a decoração. “As pessoas batem foto, pedem para entrar e ver de perto. Chegam até parar o carro na rua. É quase um ponto turístico”, brinca.
O imóvel também passou a ser referência no bairro e até mesmo as entregas de encomendas e correspondências ganharam um nome paralelo ao endereço oficial, como a “Casa dos Bichinhos”.
Na escadaria da residência, as boas-vindas também é acompanhada por animais, desenhos animados e outros personagens. Em todos os andares há estátuas, em miniatura e que passam de 2 metros, para emoldurar a fachada.
“Ela sempre encontra algum espaço para colocar as peças novas”, afirma um dos três filhos de Maria da Gloria, Ednilson Oliveira.
Para resistir ao vento Sul, os objetos são encravados com cimento. Além disso, o acervo passa por uma restauração minuciosa da dona de casa, que acaba entalhando detalhes personalizados. Ela explica que a atividade funciona como uma terapia, além ser um momento de se divertir um bocado.
“A chuva e o vento vão tirando a tinta e estragando as peças. Quando vejo que eles estão perdendo a cor, vou arrumando, é como se eu fosse trocar a roupinha deles. Limpo a poeira e tiro a sujeira de todos. Quando estou com eles, esqueço dos problemas”, explica.
deixe seu comentário