Os seios dão o primeiro sinal: a menina está virando moça. Cerca de seis meses depois, vêm os pelos pubianos e, em até dois anos, a primeira menstruação. Essa etapa é cheia de novidades físicas e emocionais para a pré-adolescente.
“A menina passa por mudanças no próprio corpo sobre as quais não tem controle e ainda precisa adotar novos hábitos, como usar sutiã, absorvente e, mais tarde, até um método anticoncepcional”, explica a psicanalista Giovanna Albuquerque Maranhão de Lima, de São Paulo.
O importante para que a jovem encare esse momento com segurança e tranquilidade, segundo ela, é que os pais mantenham um canal de comunicação aberto com a filha, e bem antes da primeira menstruação. Entenda essa fase e saiba como orientar sua filha em suas principais dúvidas.
Procure ajuda
Para esclarecer dúvidas, leve sua filha ao médico
Sua filha está crescendo e a melhor forma de ajudá-la é, além de informar e conversar bastante, buscar ajuda especializada. O ginecologista é o melhor especialista para orientar a jovem sobre as mudanças que ocorrem no corpo e esclarecer todas as dúvidas sobre métodos contraceptivos (para evitar a gravidez) e formas de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a Aids.
E o que acontece com os meninos pré-adolescentes?
A primeira ejaculação não tem idade certa para acontecer, mas, segundo dados do Ministério da Saúde, ocorre em média aos 12 anos e 8 meses, geralmente de forma involuntária durante o sono. Mas isso não é regra, porque depende do desenvolvimento de cada um. “Os pais devem conversar antes, explicando o que vai acontecer, para que o menino não se assuste. Não precisa ser uma conversa formal. Podem aproveitar um momento depois do jogo de futebol, por exemplo, e entrar no assunto com naturalidade”, explica a psicanalista.
Inquietações de uma adolescente
“Quando será a minha primeira menstruação?”
Pode ocorrer dos 9 aos 16 anos, mas a idade média é de 12 anos e 4 meses. É importante saber que os ciclos menstruais podem não ser regulares nessa fase.
“Minha amiga já virou moça e eu não…”
É comum fazer comparações, mas isso gera dúvidas e angústias. Converse com sua filha e explique que pode existir uma diferença de tempo em relação à amiga e que não há certo ou errado. Afinal, cada um tem seu ritmo de desenvolvimento. A puberdade – período de mudanças no corpo que tem início quando os seios aparecem – não tem idade exata para começar e pode ocorrer entre 8 e 13 anos.
Como os pais devem agir?
Passo 1:
Nem menina, nem moça
Não estranhe nem cobre que sua filha decida se cresceu ou se ainda é pequena. Quando ocorre a primeira menstruação, é normal a garota alternar comportamentos de menina e de moça – ou ter os dois ao mesmo tempo! “A menina vive o desafio de acomodar dentro de si uma nova visão dela, do seu corpo e da sua relação com os pais, por exemplo”, explica a psicanalista. O segredo é conversar muito e ter paciência.
Passo 2:
Uma nova mulher
É preciso respeitar cada etapa: primeiro, a menina vai se tornar adolescente para, anos depois, virar uma mulher. Na puberdade, a garota é apresentada a muitas novidades, como depilação, mudanças na pele (com possíveis espinhas ou acne) e sintomas de menstruação e de tensão pré-menstrual (TPM), como irritabilidade, dor de cabeça, inchaço e dores nos seios. “É importante a mãe compartilhar a sua experiência com a filha. Dizer, por exemplo: 'Essas coisas são novas, você está assustada'. É uma pergunta simples, mas direta”, diz a psicanalista. Segundo Giovanna, não há receita pronta. A mãe deve conversar sem “invadir”, vendo até onde a menina se sente confortável para conversar.
Passo 3:
Os desafios a encarar
“Nessa fase, a sobrecarga emocional é grande e a menina tem de se desdobrar para dar conta de tudo. O crescimento físico é rápido, e a mente fica tentando correr atrás”, explica a psicanalista. E, dependendo do tipo de relação que a jovem mantém com seu corpo, podem surgir dificuldades para lidar com esse processo. “Às vezes, as meninas ficam usando roupas muito largas para não mostrar as curvas, o bumbum ou o peito, que está crescendo”, diz a especialista. “No limite dessa dificuldade de lidar com as transformações, podem acontecer transtornos alimentares, como a bulimia.” Os pais precisam redobrar a atenção.
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