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Mesmo com melhora no cenário, SC ainda tem apenas um leito de UTI para 82 mil habitantes

Última atualização 13 de junho de 2023 - 15:30:15

Foto: Divulgação

Mesmo com melhora no cenário da
saúde pública, Santa Catarina ainda registra um leito de UTI disponível para
cada 82.558 mil habitantes — ou seja, em um grupo de cerca de 82 mil pessoas,
apenas uma conseguiria vaga na UTI em todo o Estado nesta segunda-feira (12).

Os números são da Secretaria do
Estado da Saúde, e incluem leitos de terapia intensiva pediátricos, neonatais e
adultos. São 86 UTIs livres no território catarinense para uma população total
de 7,1 milhões de pessoas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).

O número total de leitos adultos
nas Unidades de Terapia Intensiva em todas as regiões do Estado é, em tempos
normais, de 843 — o que corresponde a uma vaga para cada 6.405 pessoas. Nesta
segunda, porém, 785 estão ocupadas. Um cenário correspondente, então, a um
leito para da 112.500 mil doentes adultos.

Nas unidades pediátricas e
neonatais esse número é de 381 em uma situação sem lotação, número que
representa um leito para cada 4,4 mil recém-nascidos e crianças.

Atualmente, 343 estão
indisponíveis — número de uma unidade para cada 44,7 mil bebês e crianças.

Conforme a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a relação ideal de leitos de UTIs é de um a três para cada 10 mil
habitantes, a depender do tamanho da federação, o que traz Santa Catarina para
um cenário mais tranquilo na comparação com os registros das últimas semanas.
Mesmo assim, longe do esperado para a população geral.

No dia 30 de maio, por exemplo, o
Estado chegou a registrar um leito de UTI adulto disponível para cada 1,3
milhão de pessoas. Na área da pediatria esse número chegava a zero, quando os
hospitais registraram 100% de ocupação.

Foi diante desta situação que o
governo de Santa Catarina abriu novos 120 leitos, em sua maioria no Vale do
Itajaí, onde a situação era mais grave.

Agora, o Estado ainda segue
tentando reverter a situação, principalmente para as crianças.

Um edital está aberto para
credenciar leitos de UTIs pediátricos e neonatais já existentes nos hospitais
privados e públicos municipais para que sejam colocados a serviço do Sistema
Único de Saúde (SUS) por ao menos 90 dias.

Segundo o Estado, o cenário atual
da saúde pública nas regiões ocorre devido ao aumento no número de pacientes
com bronquiolite, asma e pneumonia.

Situação por região

A ocupação de leitos de urgência
geral em Santa Catarina é de, em média, 90%. Apenas a região da Foz do Rio
Itajaí chegou em sua ocupação máxima nesta segunda.

Já quando o cenário é voltado
para as crianças, incluindo recém-nascidos, a região Oeste é a única que não
possui nenhuma unidade disponível.

As outras regiões se aproximam de
um colapso na área da pediatria, com exceção do Vale do Itajaí que registra
menos de 80% de ocupação.

Ocupação geral por região

Planalto Norte: 95,07%

Vale do Itajaí: 91,55%

Foz do Rio Itajaí: 95,38%

Grande Florianópolis: 96,02%

Meio Oeste e Serra: 95,03%

Sul: 82,94%

Oeste: 95,29%

Ocupação de UTIs na área da
pediatria e neonatal por região:

Planalto Norte: 92,94%

Vale do Itajaí: 79,1%

Foz do Rio Itajaí: 90%

Grande Florianópolis: 93,51%

Meio Oeste e Serra: 92,16%

Sul: 86,96%

Oeste: 100%

Déficit histórico de UTIs

Conforme especialistas ouvidos
pelo NSC Total, Santa Catarina tem déficit histórico de vagas nas UTIs dos
hospitais públicos. A situação está atrelada ao crescimento desenfreado da
população, que somada ao baixo número de leitos, acaba colapsando.

Santa Catarina está entre os três
estados que mais registraram crescimento populacional nos últimos 10 anos,
segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A crescente, porém, não foi
acompanhada do aumento no número de leitos de UTIs, o que amplifica o déficit
de vagas. Tudo aliado, ainda, à falta de atenção ao sistema básico de saúde, o
que poderia impedir agravamentos de casos e, consequentemente, a lotação de
hospitais, segundo explicam.

— É fato, claro, que o aumento
populacional, mesmo com o aumento da atenção básica, também requer que tenhamos
novos leitos de UTI — diz o professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC,
Fernando Hellmann.

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