A produção de leite em Santa Catarina cresceu 13% ao ano nos últimos cinco anos, segundo dados do IBGE. Isso é mais do que o dobro da média nacional, que é de 5,5% ao ano.
Tal desempenho fez surgir a Mercoláctea, feira voltada a toda a cadeia de lácteos, que chega, este ano, na quarta edição. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, é esperado para a abertura do evento, nesta quinta-feira, às 14h15min, no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó.
O clima favorável no Oeste e a possibilidade de uma renda mensal para os produtores estimularam a atividade na região. Isso atraiu indústrias e fomentou ainda mais a expansão. Paralelamente, houve investimento na melhora genética dos rebanhos, que antes tinham vacas que produziam pouco mais de 10 litros por dia – atualmente esta produção se aproxima dos 30 litros por dia.
Melhoramento genético amplia a produção
Um exemplo de melhoramento genético é a cabanha Clenan, de Chapecó. Nancy Leonhardt disse que a família tinha aviários de peru que só davam prejuízo. Em 2004, ela e a mãe resolveram apostar no gado de leite. Nancy viajou para os EUA e ficou um ano e meio no estado de Iowa para aprender sobre seleção genética. Passado este período, ela ficou mais um ano e meio em Quebec, no Canadá.
Com o que a experiência que trouxe do exterior, ela começou a aprimorar o manejo e a fazer o melhoramento genético do plantel através da inseminação. Os animais, que produziam de 18 a 20 litros por cabeça, já estão rendendo entre 23 e 25 de litros por dia. O plantel de elite da propriedade chega a produzir 35 litros por dia.
A evolução dos animais foi tanta que em 2010 a cabanha ganhou os prêmios de melhor criador, melhor expositor e melhor vaca da raça holandesa no Estado. No ano passado, a propriedade conquistou um novo troféu de melhor vaca. E, neste ano, está concorrendo novamente. A cabanha tem 150 vacas em lactação e produz 4 mil litros de leite por dia. A meta dos proprietários é chegar em 7 mil litros/dia.
Cerca de 80 mil famílias trabalham com a produção leiteira no Estado, segundo o presidente da Cidasc, Enori Barbieri. E para muitas delas, a produção do leite é a principal renda.
É o caso da família Girardi, em Chapecó. Eles tem 20 vacas em lactação, o que garante uma produção de 12 mil litros por mês e uma renda familiar de R$ 9,6 mil. Graças a esta produção, Eduardo Girardi está conseguindo fazer a faculdade de Medicina Veterinária na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), em Xanxerê.
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