Comerciantes e moradores de Florianópolis estão assustados com os recentes ataques registrados na capital catarinense e em cidades vizinhas. Desde segunda-feira (12), Ônibus foram incendiados e carros de polícia e prédios públicos foram atacados. A série de vandalismo fez com que as pessoas fizessem comparações com o tipo de violência que consideram comum em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Na noite desta terça-feira (13),três Ônibus foram incendiados em Santa Catarina.Dois foram atacados em Navegantes (SC), no Vale do Itajaí, e outro no bairro dos Ingleses, em Florianópolis.
A recente rotina de medo afetou parte do comércio na região central da cidade e, principalmente, em regiões periféricas como em Caiacanga, Tapera, Ribeirão da Ilha e até mesmo nas proximidades da Praia dos Ingleses. Nestes locais, os moradores sentiram os efeitos da intimidação anÔnima e adotaram a “lei do silêncio” como regra de sobrevivência. “Estou me sentindo em São Paulo, acho que herdamos o que há de pior por lá. Nunca vi uma violência assim aqui em Florianópolis, conhecida pela tranquilidade e pelo turismo”, disse um comerciante diante do Ônibus queimado.
O motorista do coletivo foi ferido na cabeça após receber uma coronhada durante o ataque feito por dois rapazes encapuzados. De acordo com o fiscal da empresa Canasvieiras Transportes, o motorista tinha acabado de iniciar a linha Costa do Moçambique e estava com poucos passageiros no momento do ataque. “Ele está ferido e em estado de choque, muito abalado”, informou o funcionário da viação, que preferiu não se identificar.
Ele teme que a violência sofrida pelo motorista – o primeiro entre todos os ataques em Florianópolis – altere a rotina dos demais motoristas e cobradores que trabalham em linhas mais periféricas.
Para o tenente-coronel do 4º Batalhão da Polícia Militar, Araújo Gomes, a escolta de Ônibus pode ser uma ferramenta para tentar coibir novos ataques aos coletivos na capital catarinense. “Estamos presentes em áreas conhecidas como de estocagem de Ônibus, em terminais e nos corredores de Ônibus que fazem rotas mais isoladas e que passam por regiões com alta frequência de tráfico de drogas.”
Comércio vazio
Ainda na capital catarinense, algumas farmácias, postos de conveniência e lanchonetes já mostram sinais de queda de movimento como reflexo da violência atípica. “A gente costuma fechar às 22h, mas estamos percebendo que tem menos gente na rua durante a noite. Esperamos que isso não continue assim durante o feriado [15 de novembro]”, disse um farmacêutico da região central de Florianópolis.
Durante a madrugada, a Polícia Militar seguiu para a região continental, onde moradores atearam fogo a um contêiner de lixo. O objetivo da ação, segundo a corporação, foi evitar que Ônibus passassem pelo local. Na tarde de terça, dois contêineres já tinham sido alvo de protestos.
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