Médicos de todo o país suspendem a partir desta segunda-feirao atendimento a dois grupos de planos de saúde. Até sexta-feira, pacientes das operadoras Agemed e Grupo Unidas não poderão agendar consultas e procedimentos com os médicos que aderirem à paralisação. Somente atendimentos de urgência e emergência devem ser mantidos.
De acordo com o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc), o movimento é uma orientação Conselho Superior das Entidades Médicas (Cosemesc). A paralisação se refere à falta de acordo entre os planos e o Cosemesc. Por esta razão, alegam os médicos, desde dezembro de 2011, os profissionais são orientados a cobrar consultas e procedimentos dos pacientes clientes destas operadoras por sugestão do conselho. Nestes casos, o usuário teria de buscar o ressarcimento depois de ser atendido junto ao plano de saúde.
Segundo o diretor jurídico do Simesc, Gilberto Digiácomo da Veiga, o que os médicos querem é a atualização da lista de procedimentos cobertos pelos planos, além do reajuste dos honorários. Ele espera que a adesão em Santa Catarina seja grande. Segundo ele, há cerca de um ano os profissionais estão negociando com os planos neste sentido. Ano passado, pelo menos duas manifestações foram feitas no país com o mesmo propósito.
— O principal é que a tabela de procedimentos seja atualizada. Muitos deles não são pagos pelos planos— explica o médico.
O Grupo Unidas engloba os planos Assefaz, Brasil Foods, Capesesp, Cassi, Celos, Conab, Correios Saúde, Eletrosul, Elos Saúde, Embratel, Fassincra, Funservir, Geap, Petrobrás, Proasa, Pró-Saúde Alesc, Saúde Caixa, Sesef, Tractebel Energia. Em nota enviada, a Unidas afirmou que tem mantido contato permanente com Cosemesc e que nas últimas reuniões, diferentes propostas foram apresentadas pelo grupo. A Unidas ainda se comprometeu em auxiliar agendamento de consultadas.
A Agemed – que tem cerca de 80 mil benificiários em SC – afirma que protocolou uma representação no Ministério Público sobre a manifestação. O plano afirma que cumpre os acordos diretamente com os médicos credenciados, e não através de conselho, conforme prevê a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O protesto é uma das ações programadas para a Semana do Médico. Nesta terça-feira, às 10h30min, está programado o Abraço à Saúde no setor de emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Os médicos afirmam que faltam profissionais e cobram agilidade do governo estadual pelo resultado de uma auditoria que mediria as condições reais das unidades de saúde.
deixe seu comentário