Santa Catarina segue
com a intenção de desobrigar o uso de máscara em locais abertos em cidades que
tenham ao menos 65% da população totalmente imunizada. A liberação, no entanto,
ainda aguarda aval do governo federal.
A situação foi abordada
em entrevista exclusiva do secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro,
ao Grupo ND nesta segunda-feira (22).
Além disso, o chefe da
pasta também abordou outros assuntos como a possibilidade de uma dose anual da
vacina contra a Covid-19 a partir de 2022 e o tratamento para pessoas com
sequelas pós-doença.
Panorama da pandemia em SC
André Motta Ribeiro:
Estamos em um bom momento, está caindo o número de casos ativos e também de
óbitos. Somos um dos Estados que mais vacina no Brasil. Sempre atuamos em
questões técnicas, científicas, trazendo regramentos que fazem sentido. Além
disso, é preciso ressaltar que nunca faltou vacina em Santa Catarina. Essa
melhora nos dá um certo alívio, hoje temos cerca de 4 mil casos ativos que é um
número baixo comparado ao que tivemos, mas ainda são 4 mil. Enquanto não zerar
os óbitos e diminuir os casos ativos eu não vou estar tranquilo.
Desobrigação do uso de máscaras
André Motta Ribeiro:
Ainda dependemos de uma liberação do governo federal para poder desobrigar o
uso nos espaços abertos, o regramento está pronto. Com percentual de vacinação
alto podemos discutir sim a desobrigação. As pessoas que entenderem que devem
permanecer de máscara, que assim o façam. Proposta do Estado foi discutida de
forma técnica e científica. A medida está sendo discutido há pelo menos 40 dias
no governo federal.
Dose anual contra a Covid-19
André Motta Ribeiro:
Ela [vacina] deve entrar no calendário vacinal regular do país e deve
permanecer a partir de 2022. Se será uma dose ou duas ainda não sabemos, será
estudado. Que vai entrar no calendário anual eu não tenho dúvidas.
Dose de reforço para adultos
André Motta Ribeiro:
Todos os adultos devem tomar a terceira dose. Mas vale ressaltar que mesmo quem
já recebeu a dose de reforço deve seguir com as precauções. A pessoa está quase
100% imunizada após o 15º dia dose de reforço. Temos que entender que existe um
tempo para o corpo produzir anticorpos. A vacina não nos dá carta de alforria
contra nossas regras sanitárias, até porque as crianças não estão imunes ainda.
Pós-Covid e tratamento para pessoas
com sequelas
André Motta Ribeiro:
Nós já estamos trabalhando com um centro de recuperação pós-covid, temos cinco
no Estado, vamos colocar ao menos um em cada região, são 17. Estamos
trabalhando arduamente para que se possa ofertar mais. Sobre os sintomas mais
comuns, vemos coisas mais leves como a perda de olfato até problemas mais
sérios, que variam. Mas ainda acredito que o pior trauma seja o psicológico.
Pessoas estão deprimidas, perderam entes queridos, as dificuldades neurológicas
vão passando com o tempo.
Passaporte sanitário a nível
estadual
André Motta Ribeiro: Em
junho do ano passado [2020] o governador Moisés trouxe um decreto
corresponsabilizando a gestão com os municípios. Quando a gente cria regra no
Estado é para facilitar o compartilhamento de decisões. Passaporte como decisão
única do Estado não vai acontecer porque são 295 municípios em Santa Catarina e
todos são diferentes, cada um tem sua característica. Se o município entender
que tem que assumir isso como uma gestão de crise, que assim o faça, mas o
governo não vai assumir isso como regra geral.
Temporada de verão
André Motta Ribeiro:
Serão discutidos alguns pontos para a temporada, como a quantidade de barreiras
sanitárias, entendendo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
como fazer para recepcionar turistas em portos e aeroportos. Santa Catarina
“paga o preço” por ser um Estado muito bonito, todos querem vir para cá.
Estamos discutindo várias ações educativas para o turista e a nossa população.
Carnaval em 2022
André Motta Ribeiro:
Para falar do Carnaval é um pouco cedo ainda. O que precisamos entender que o
que vai nos proteger de fato é a vacina, se tivesse que falar alguma coisa
sobre carnaval hoje é que todos nós estejamos vacinados. Tivemos muitos eventos
clandestinos no início do ano, alguns lugares tiveram festas com pessoas sem
máscaras, foi um desastre no mês de março.
Cirurgias eletivas atrasadas
André Motta Ribeiro: Em
2019 entramos em um governo com mais de R$ 1 bilhão em dívidas na saúde. No
primeiro ano pagamos essa dívida toda. Estamos aumentando a oferta, no primeiro
ano de governo diminuímos em 40% a fila de espera para cirurgias eletivas, mas
com o advento do coronavírus ela aumentou em mais de 60%. Hoje 103 mil pessoas
estão aguardando. O desafio do Estado é fazer em seis meses aquelas cirurgias
que entraram nos 20 meses de pandemia. A ideia do governo é chegar no final do
ano com os catarinenses aguardando cirurgias apenas aqueles que entrarem em
2022 na fila.
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