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Laboratório oficial da Udesc analisa performance de sementes e reduz custos logísticos em SC

Última atualização 17 de janeiro de 2020 - 08:42:37

Udesc Inaugura laboratório oficial de análise de sementes — Foto: Cristian Malinoski / Udesc

A semente é o ponto de partida do potencial produtivo agrícola e também a principal fonte de análise do laboratório da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, na Serra catarinense. Desde o credenciamento junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Laboratório Oficial de Análises de Sementes (Laso) está habilitado desde dezembro para receber demandas de órgãos fiscalizadores e avaliar a performance de amostras.

O Laso é o nono laboratório oficial do Brasil e o primeiro a funcionar dentro de uma universidade catarinense. A expectativa é que o laboratório receba neste ano mais de 600 coletas de amostras da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que é responsável pela fiscalização da comercialização de sementes no estado.

“O laboratório é uma peça fundamental no processo de controle externo de qualidade realizado pela Cidasc, pois sem ele não temos como aferir a qualidade mínima de germinação, pureza, entre outros atributos. Também evitamos de introduzir no estado espécies de plantas daninhas e doenças ausentes até o momento. Com a nova logística de transporte podemos ter uma economia entre 25% e 40% nas análises de amostras”, explica o gestor da divisão de fiscalização de insumos agrícolas da Cidasc, Matheus Mazon Fraga.

Único laboratório oficial em SC

Há três anos, as amostras coletadas durante fiscalização de sementes feitas em municípios catarinenses eram enviados para análise em outros estados como Goiás e Rio Grande do Sul, desde que o único laboratório oficial do MAPA em Santa Catarina, órgão que fiscaliza a produção de sementes, fechou as portas.

“Os outros laboratórios oficiais às vezes já estavam sobrecarregados, com dificuldades para atender mais essa demanda. O Laso/Udesc poderá suprir essa lacuna. Espera-se maior eficiência da fiscalização dessa forma, com a possibilidade de analisar um maior número de amostras fiscais, e com maior contato e interação entre fiscalização e laboratório, que estarão mais próximos”, explica o auditor fiscal federal agropecuário Luiz Artur Costa do Valle. Ele, a pedido da Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários (CGAL), que atuou diretamente na avaliação que levou ao credenciamento do laboratório para integrar a categoria de oficial.

Coordenadora Oficial do Laboratório de Análises de Sementes, professora Cileide Maria Medeiros Coelho — Foto: Cristian Malinoski / Udesc

Controle de qualidade das plantas

Para a coordenadora do laboratório, professora Cileide Coelho, a análise oficial é responsável por manter o controle de qualidade das plantas e atestar as propriedades exigidas para comercialização. O Laso analisa sementes orgânicas, transgênicas e livres de transgenia.

“É de suma importância para o consumidor e produtor, pois a única forma de conhecer a qualidade real de um lote de sementes é através da análise física, fisiológica e sanitária. É esse resultado que determinará o sucesso da lavoura”, afirma.

Índice de vigor e germinação

Para o engenheiro agrônomo Jonas Roberto Teló da Cooperval (Cooperativa Triticola Vacariense), de Vacaria (RS), quando são encaminhadas as solicitações de análise ao laboratório a busca é por identificar qual o índice de vigor e germinação.

“É importante para sabermos se esta semente tem potencial para originar uma lavoura uniforme, que por consequência tenha potencial produtivo elevado. Também buscamos nas análises conhecer possíveis contaminações com fungos patogênicos que podem ocasionar perdas ou até mesmo doenças na fase vegetativa e/ou reprodutiva”, explica.

Além disso, Teló cita como exemplo que recomenda o serviço ao produtor quando são adquiridas sementes de outra região ou quando ele possui semente e quer verificar a viabilidade.

“Reforça a importância de se trabalhar com sementes certificadas, com procedência, pois a maioria dos problemas encontrados está em sementes 'piratas', o que acarreta perdas de produtividade”, disse.

Ampliar horizontes

De acordo com Cileide, a nova categoria oficial possibilitará inserir a universidade nos cenários nacional e internacional, além de favorecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

A professora e pesquisadora afirma que a Udesc de Lages continuará atendendo a iniciativa privada e os produtores, recebendo amostras para as análises obrigatórias para emissão do boletim de análise de sementes.

Resultados

Segundo a responsável técnica Daniele Nerling, o resultado leva em média de 15 a 20 dias para ficar pronto, pois depende de cada tipo de espécie e da amostra. Sobre o custo dessa análise, ela afirma que é um valor baixo de mercado, se comparado a outros laboratórios credenciados comuns.

No local também foram mantidos os testes adicionais para determinar outros parâmetros de qualidade e identidade de sementes, como o vigor e sanidade em sementes de grandes culturas, florestais, hortaliças e forrageiras, beneficiando a cadeia produtiva.

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