Um jovem de 22 anos diz que foi agredido por seguranças em uma casa noturna deBalneário Camboriúapós beijar outro garoto. O caso foi na madrugada de sábado (6), quando ele comemorava o aniversário de um amigo na boate 2ME, do Grupo Green Valley. Os dois seguranças suspeitos de praticarem a agressão foram detidos pela Polícia Militar, prestaram depoimento e foram liberados. Já a casa nega que a atitude dos seguranças esteja relacionada à opção sexual do cliente, mas ao comportamento dele e dos amigos.
Segundo André Barbosa, o rapaz agredido, por volta das 1h30, ele voltava do banheiro quando um menino o puxou, se identificou e, após conversarem, os dois se beijaram. “Me despedi dele e voltei para meu grupo de amigos. Algum tempo depois esse mesmo menino passou por mim e nos beijamos mais uma vez. Meus amigos acharam normal, pois já sabiam da minha opção sexual. Assim que terminamos, fui abordado por um chefe da segurança da casa. Com uma cotovelada no peito, ele me disse 'Não quero ver você beijando mais aqui dentro'”, conta o garoto, que está com o nariz quebrado, além de escoriações pelo rosto.
O jovem conta que no momento ficou sem reação: “Perguntei o que estava fazendo de errado. Foi então que meus amigos se revoltaram e começaram a chamar o segurança de homofóbico. Como houve um tumulto, um dos seguranças bem maior do que eu, pois tenho 1,67 de altura e peso 54 kg, me pegou pelo pescoço e arrastou para fora da casa”, relata.
Segundo a Polícia Militar, em depoimento, os seguranças disseram que o jovem estaria causando uma confusão dentro da casa noturna e, quando foi convidado a sair, jogou uma garrafa contra um segurança. A informação contestada pelo rapaz. “Não agredi o segurança fisicamente e muito menos verbalmente, na saída da casa o segurança alegou que eu havia agredido com um soco na boca, mas isso não aconteceu. Foi quando esse e outro segurança me levaram para a porta e começaram a me agredir. Só pararam quando meus amigos chegaram na frente da 2ME”, disse.
Procurada peloG1, a assessoria de imprensa da 2ME negou que o fato esteja relacionado à opção sexual do jovem. Além disso, alegou que o segurança que agrediu o rapaz não estava dentro do local quando os dois jovens se beijaram. “Sempre recebemos a todos independentemente de cor, credo ou orientação sexual. O fato é uma situação gerada em razão da conduta inapropriada por um grupo de clientes, promovendo agitação, empurra-empurra e gerando incÔmodo em vários clientes. Vale dizer ainda que esse comportamento íntegro e de respeito ao próximo se espera seja de homem, mulher, casal, independentemente da opção sexual. Os mesmos não foram nada receptivos. Uma das pessoas que compunha o grupo agrediu nosso profissional da produção com um tapa no rosto”, disse a casa, em nota.
Conforme a assessoria da boate, um segurança teria levado uma garrafada na boca e outro rapaz do grupo negou-se a pagar a conta. “Foi abordado por um segurança e revidou a abordagem verbal através de uma agressão física, promovendo uma briga naquele momento. Importante destacar que este segurança, sequer estava dentro do club no momento do primeiro ocorrido, o que deixa ainda mais evidenciado que o fato em nada tem relação à opção sexual do cliente”, traz a nota.
A boate também afastou os seguranças e diz que vai abrir auditoria interna para que os fatos sejam esclarecidos. O caso também foi encaminhado para a Polícia Civil de Balneário Camboriú, onde será investigado. Os seguranças prestaram depoimento, assinaram um termo circunstanciado e foram liberados.
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