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Jogadores conseguem deixar a Ucrânia e trio está de volta ao Brasil

Última atualização 27 de fevereiro de 2022 - 22:01:53

A saga dos atletas brasileiros
que tentam deixar a Ucrânia em meio à invasão militar russa chegou ao fim (ou
está perto disso) para alguns, mas ainda muito complicada para outros. Neste
domingo (27), o lateral Busanello (ex-Chapecoense) e os atacantes Felipe Pires
(ex-Palmeiras) e Bill (ex-Flamengo), todos jogadores do Dnipro-1, chegaram ao
Brasil. Os dois primeiros desembarcaram em São Paulo e o terceiro no Rio de
Janeiro.

O trio, que saiu da cidade de
Dnipro (a 446 quilômetros de Kiev), iniciou a viagem de volta após cruzar a
fronteira com a Romênia, no último sábado (26). Eles percorreram a maior parte
do caminho de carro, mas tiveram de andar um trecho a pé. No Instagram, pela
ferramenta stories, onde a postagem fica no ar por 24 horas, a esposa de
Busanello, Isabella, publicou uma foto da filha Isis, sorridente, com a
mensagem: “Feliz porque meu papai já está no Brasil”. Também nos stories, Bill
escreveu, em inglês, que ama a Ucrânia e pediu orações ao país.

“Graças a Deus, estou em casa com
a minha família. Agora é ficar tranquilo, descansar mentalmente e fisicamente,
porque foi muito desgastante. Uma coisa que será difícil de esquecer. Agora é torcer
para as outras famílias saírem o mais rápido possível de lá e acabar esse
pesadelo”, disse Felipe Pires pelo stories.

O grupo com jogadores de futebol
de Shakthar Donetsk e Dínamo de Kiev, e os respectivos familiares, que estava
no bunker de um hotel de Kiev, deixou a Ucrânia neste domingo, após uma viagem
de trem até a cidade de Chernivtsi (a 535 quilômetros da capital), iniciada no
sábado. De lá eles seguiram até a fronteira com a Moldávia, onde uma parte
ficou e a outra foi para a Romênia, para retornar ao Brasil.

Entre os atletas estão nomes como
o meia Pedrinho (ex-Corinthians), o zagueiro Marlon (ex-Fluminense) e os
atacantes David Neres (ex-São Paulo) e Júnior Moraes (ex-Santos). Todos do
Shakthar, que tem 13 jogadores brasileiros no elenco.

Júnior Moraes tem nacionalidade
ucraniana e já defendeu a seleção do país. À Agência Brasil, o pai do jogador,
Aluísio Guerreiro, disse que a previsão é que o filho chegue ao Brasil na noite
de segunda-feira (28).

A esposa de Pedrinho, aliás,
rechaçou que o grupo tenha deixado para trás os jogadores de futsal brasileiros
Matheus Ramirez e Jonatan Moreno e o engenheiro eletricista David Abu-Gharbil,
que também estavam no hotel. Eles devem conseguir deixar o local na segunda e
têm relatado, nas redes sociais, o medo com as explosões registradas em Kiev.

“Fomos avisados de que as coisas
piorariam e que, se tivéssemos ainda meios para sair, que fôssemos o quanto
antes. Rapidamente, todos que lá estavam começaram a fechar malas, guardar
leite e fralda para as crianças, um desespero total. […] Tudo foi tão rápido
que nem paramos para contar quantas pessoas tinham. […] A todo momento,
quando alguém precisava ir ao banheiro, avisava. Coisa que eles não fizeram.
[…] Nunca, jamais, iríamos deixar alguém para trás. Não tem motivo nenhum.
Para que faríamos isso?”, argumentou Layla Gabrielly Gomes em sequência de postagens
nos stories do Instagram.

Outros atletas também tentam
deixar a Ucrânia. Casos do lateral Juninho (ex-Salgueiro-PE) e dos atacantes
Cristian (ex-Brasil de Pelotas) e Guilherme Smith (ex-Botafogo). Eles defendem
o Zorya, de Lugansk, que é uma das regiões separatistas da Ucrânia. Segundo o
relato dos jogadores pelo Instagram, eles atravessaram o país, de Zaporizhzhya
(leste) a Lviv (oeste), e caminharam 60 quilômetros em direção à fronteira com
a Polônia, mas foram barrados cerca de quatro quilômetros antes do destino. O
grupo passou a noite na estrada, no frio, esquentado por uma fogueira.

“A melhor decisão foi voltarmos
para Lviv, onde vamos ver o que fazer para tentarmos sair novamente. Estava
muito difícil lá, muito frio. Não conseguiríamos ficar bem, a previsão era de
nevar. Estamos em um hotel que a Embaixada [do Brasil] arrumou e aguardando
para saber para onde vamos”, afirmou Juninho pelo stories do Instagram, onde
também compartilhou um vídeo com o filho, que o acompanha na tentativa de fuga
da Ucrânia, junto da esposa, Vitória.

Segundo a Embaixada, cerca de 500
brasileiros moram na Ucrânia. Na quinta-feira (24), quando iniciou a invasão russa,
a instituição informou que tem orientado os cidadãos por meio do site, da
página de Facebook e em grupo do aplicativo de mensagens Telegram.

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