A contaminação por produtos de limpeza na tubulação é a principal suspeita da causa da intoxicação com leite da marca Holandês, que atingiu nos últimos dias pelo menos 18 crianças menores de três anos em Santa Catarina.
Das vítimas, 15 apresentaram boa evolução clínica e foram liberadas. Três seguiam internadas, neste domingo, em Itajaí, Navegantes e Joinville, mas sem risco de morte.
A fábrica, que fica em Biguaçu, na Grande Florianópolis, está interditada temporariamente pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc) e Vigilãncia Sanitária do Estado.
Os produtos da marca foram recolhidos e a orientação dos órgãos é de que não devem ser consumidos. O motivo da intoxicação foi a ingestão da substãncia conservante chamada nitrito.
A diretora da Vigilãncia Sanitária, Raquel Bittencourt, afirmou que a suspeita da contaminação de um dos tanques da pasteurização do leite por substãncias de limpeza é a principal suposição, mas que ainda não está confirmada e vai depender de mais análises.
As crianças hospitalizadas eram da Grande Florianópolis e litoral Norte, o principal destino do leite produzido pela empresa. Apesar de em alguns casos ter havido a necessidade de internação em UTIs e até de respiração mecãnica, as crianças internadas passam bem, segundo o diretor da Vigilãncia Epidemiológica.
Foram confirmados casos em Navegantes (6), Florianópolis (5), Penha (2), Balneário Camboriú, Itapema, Piçarras e Joinville.
O problema foi constatado em dois lotes (0687 e 0689). Mesmo assim, a Cidasc e a Vigilãncia determinaram a apreensão e inutilização de todas as caixas de leite da Holandês que estão no comércio ou estocado na empresa para inutilização.
Outros produtos como queijo, iogurte e nata da empresa também devem ser apreendido cautelarmente, embora a inutilização não tenha sido prevista. Os órgãos e a empresa não divulgaram a quantidade recolhida.
De acordo com o médico-veterinário da empresa Holandês, Luiz Carlos Simas Custódio, a suspeita é que houve mesmo um problema de resíduo no processo de limpeza de uma das tubulações da pasteurização do leite.
Ele considerou o fato como fatalidade. Luiz observou que a empresa está há 30 anos no mercado catarinense devidamente inspecionada e nunca teve qualquer problema desse tipo.
A empresa garantiu também que está em contato com as famílias das crianças intoxicadas para prestar assistência, que aguarda os resultados das análises e a liberação para voltar a fazer a comercialização dos produtos. A Holandês produz 25 mil litros por dia.
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