Home Impacto do auxílio emergencial no comércio chega a R$ 7 bilhões neste ano

Impacto do auxílio emergencial no comércio chega a R$ 7 bilhões neste ano

Última atualização 14 de novembro de 2021 - 14:39:30

O auxílio emergencial injetou R$ 7 bilhões diretamente no
comércio em compras por pagamento digital neste ano. O valor foi movimentado em
estabelecimentos físicos ou virtuais com o QR code e cartão de débito virtual
do aplicativo Caixa Tem, até a última segunda-feira, de acordo com a Caixa
Econômica Federal. Agora a expectativa é com o novo programa Auxílio Brasil,
substituto do Bolsa Família, que começa a ser pago na próxima quarta-feira.

No caso do auxílio, só em um único dia, por exemplo, em 14
de junho, foram gastos diretamente em lojas R$16,2 milhões em pagamentos
virtuais. Os beneficiários utilizaram o aplicativo Caixa Tem como cartão de
débito normal, com o QR code passando nas maquinhas de pagamento ou como cartão
virtual em compras via intenet, além de pagar boletos de contas de luz, água e
telefone.

“O auxílio emergencial teve um investimento de mais de
R$ 50 bilhões neste ano. Se esse valor fosse retirado integralmente do varejo,
a expectativa de crescimento das vendas neste período cairia dos atuais 8% a
10%, para algo como 6% a 8%”, afirma Fábio Pina, assessor econômico da
FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo).

Para ele, o impacto foi fundamental para impulsionar as
vendas e, se não houvesse o auxílio, o crescimento projetado para o ano seria
menor. O benefício representa de 20% a 30% de todo crescimento do varejo,
estimado em torno de R$ 200 bilhões neste ano, de acordo com a instituição.

Auxílio Brasil

O recurso, que beneficiou na última etapa 34,4 milhões de
pessoas com valor médio das sete parcelas de R$ 250, se encerra neste mês, com
a última liberação de saque no dia 19. A partir do dia 17, começa o pagamento
do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, para 14,6 milhões.

No primeiro mês, os atuais benefícios terão rejuste de
17,8%. O valor médio passará para R$ 217,18 mensais. Em dezembro, a expectativa
do governo federal é que o valor das parcelas seja acrescido de um benefício
temporário para garantir o pagamento de ao menos R$ 400 até o fim de 2022.

Apesar do valor e do número menor de pessoas que receberão o
novo benefício, a expectativa é que seja mantido o estímulo no comércio.
“Mas o auxílio emergencial é substancialmente maior do que o Bolsa
Família, que equivale pouco menos de 2% do total das vendas do varejo”,
explica o assessor econômico da FecomercioSP.

O economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São
Paulo, avalia que a repercussão no comércio é maior no setor de alimentos, mas
a diferença do impacto vai depender do valor e do número de pessoas
beneficiadas, além da inflação do período.

“O auxílio desempenhou papel muito importante,
especialmente no ano passado, com valor de R$ 600. E, mesmo depois, ainda
ajudou a sustentar a demanda, principalmente de bens de menor valor, como
alimentos. Se ele não for substituído por valor equivalente, vai fazer uma
diferença negativa. Além disso, tem que ser levado em conta a inflação desse
período, porque impactou o preço de alimentos”, afirma Solimeo.

Ele acredita que quando o novo programa começar a pagar os
R$ 400 será fundamental para as camadas de baixa renda da população. Os valores
originais do programa, com a disparada da 
inflação no período, vão recompor apenas parte do poder de compra da
população. “De qualquer forma, o que foi feito até agora para este mês e
para o próximo vai ajudar. Vamos ver se começa em janeiro o valor maior que
realmente recomponha o poder de compra da população”, conclui

deixe seu comentário