O brasileiro João Djalma Prestes Júnior foi sentenciado, na segunda-feira (27), a 48 meses de prisão meses de prisão após ter sido declarado culpado por fraudar empresas brasileiras em cerca de de US$ 15 milhões, equivalente a R$ 78 milhões.
Entre entradas e saídas da prisão, o homem de 48 anos já agiu como chefe de uma quadrilha que lesou empresários em Santa Catarina e outros cinco Estados: Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Bahia.
A decisão foi divulgada por Audrey Strauss, Procuradora dos Estados Unidos para o Distrito Sul de New York, e Philip R. Bartlett, Inspetor Responsável do Escritório de NY do Departamento de Serviço de Inspeção Postal estadunidense.
Segundo a BP Money, O brasileiro havia sido detido em junho de 2020 e confessou o crime em abril de 2021 perante o juiz distrital dos Estados Unidos, Jed S. Rakoff, que determinou a sentença. Ele recebia o dinheiro adiantado de clientes alegando realizar empréstimos que não aconteciam.
Além da pena de prisão, o estelionatário terá de pagar uma restituição no valor de US$ 15.266.679,10 (R$ 79.386.731,32).
Como aconteciam os golpes
Vale ressaltar que Prestes não agia sozinho. De acordo com os responsáveis pela investigação, os criminosos se tratavam de especialistas no mercado financeiro, bons de conversa, bem trajados e usando carros de luxo.
O comportamento não levantava suspeita, eles ofereciam transações irrecusáveis às vítimas, que só percebiam o golpe quando já haviam perdido dinheiro.
O golpe acontecia quando o empresário era convencido a apresentar mais de uma garantia para poder fechar o negócio. A vítima escolhida, então, depositava o dinheiro na conta de uma empresa criada pelos estelionatários. Ao menos duas destas empresas de fachada tinham sede em área nobre de São Paulo.
No ano de 2008, o criminoso foi alvo da operação Dólar Furado, da Polícia Civil do Paraná. O golpista acabou preso em Curitiba, acusado de enganar ao menos quatro empresários. Vale ressaltar que as vítimas chegaram a ser levadas para a Espanha para assinar um contrato falso.
Dois anos depois, em Santa Catarina, Prestes Júnior foi preso no dia 15 de dezembro de 2010, apontado como o principal responsável pelo “golpe das debêntures” no país.
Ele foi preso na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis, com US$ 10 mil e R$ 2 mil. A suspeita, na ocasião, é que ele estaria fugindo para fora do Brasil. Foram encontrados na residência um carro importado e R$ 200 mil em joias.
Nova prisão
Dois anos depois do acontecimento em Santa Catarina, o golpista voltou a ser preso novamente no Paraná. Ele foi localizado no bairro Rebouças, em Curitiba.
Como a prática criminosa do estelionatário já era conhecido, ele assumiu uma identidade falsa no Estados Unidos, se apresentando como “João Pereira”. Segundo o departamento de Justiça norte-americano, Prestes Júnior usava o dinheiro que adquiriu ilicitamente para viver uma vida luxuosa.
Apesar de não morar no país, ele mantinha nos Estados Unidos um veículo Maserati, automóvel avaliado em R$ 1 milhão no Brasil.
Reuniões nos EUA
Nos Estados Unidos, o criminoso prometia empréstimos mediante o pagamento de algumas taxas antecipados a empreendimentos no país.
Em algumas ocasiões, em reuniões presenciais com as vítimas, em um arranha-céu de Manhattan, João Djalma Prestes Junior roubou milhões de dólares de empresas.
Após receberem as primeiras taxas, a quadrilha indicava algum obstáculo na transferência do empréstimo, explicando que o problema seria solucionado com mais um pagamento. No entanto, as vítimas não receberam as quantias prometidas, tampouco foram ressarcidas.
O esquema de fraude havia sido mantido desde julho de 2018 até fevereiro de 2020.
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